Um
tema recorrente nos dias que correm é a “educação” (ou a falta dela…). É comum
ouvir falar em desrespeito ou em violência face aos professores,
questionando-se, por um lado, a competência dos mesmos e a sua dificuldade em
impor regras e, por outro, a forma como os alunos desrespeitam a autoridade e
quais os limites que lhes devem ser impostos.
Um
dos papéis da escola é, sem dúvida, promover a educação dos seus alunos, mas
não é menos verdade que um aluno é, antes de mais, pessoa, filho, neto,
sobrinho, etc… e nasce dentro de uma família.
Parece-me
por isso, a mim, que o problema da “educação” começa em casa e os
“acontecimentos infelizes” passados nas escolas e que nos chegam através de
meios de comunicação social (maioritariamente sensacionalistas) são o reflexo
das dinâmicas familiares problemáticas, em que a regra é não haver regras… e em
que muitas vezes os afectos negativos substituem os positivos e tornam-se a
única forma conhecida de relação.
Actualmente
vive-se no tempo do “não há tempo”, em que muitas vezes o material tenta
compensar o emocional e em que os afectos são substituídos pelos objectos.
Sem
receitas milagrosas ou mezinhas para oferecer na forma de educar as nossas
crianças e jovens parece-me necessário criar-se tempo para “ter tempo”, para se
estar nestas relações humanas.