Psicóloga Clínica e da Saúde
Psicoterapeuta de Crianças, Adolescentes e Adultos
Psicoterapeuta de Casal e Família

Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Membro da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica
Membro da POIESIS - Associação Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família
Membro da AIPCF - Associação Internacional de Psicanálise de Casal e Família
Membro da EFPP - Federação Europeia para a Psicoterapia Psicanalítica


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ansiedade de Separação

Ansiedade de separação é um medo comum nas crianças entre 1 e 6 anos. Este termo refere-se à marcha de protesto da criança face aos pais ou às pessoas que assumem esse papel, manifestando desconforto na sua ausência e ansiedade pela antecipação de situações de separação.

A criança pode temer estranhos, mesmo sendo perto da mãe ou até nos seus braços, no entanto, a ansiedade de separação não se trata de medo de estranhos. Naturalmente, uma criança que sofre de ansiedade de separação tem receio de pessoas e situações estranhas e tenta manter o contacto físico com a mãe sistematicamente.

A Ansiedade de separação pode ser observada, por exemplo, no 1º dia de escola. Crianças que evitam o professor, que choram e se apegam às mães.
Outras experiências poderão desenvolver estas dificuldades na criança. A qualidade da relação mãe-criança e o comportamento da própria mãe durante a separação ou perdas precoces dos pais poderão provocar sintomas relacionados com a dificuldade de se separar como por exemplo, problemas de sono e dificuldades de concentração e de aprendizagem, dificuldade em brincar sozinho.
O impacto nas crianças de separação ou divórcio dos pais é difícil de se afastar de outras fontes de stress. Assim, situações comuns como comer na escola porque a mãe tem que trabalhar, a diminuição do tempo de interacção com os pais e a adaptação a novas situações provocam reacções desadaptadas devido às dificuldades que estas crianças ter a autonomia adequada à sua idade.
Muitas vezes, e apesar de tentativas dos pais em minimizar a situação, frequentemente evitando alterações na vida das crianças, todas as situações que envolvem a separação parece produzir efeitos negativos sobre o seu ajustamento psicológico e social.
Nestes casos é importante uma intervenção precoce com a finalidade de evitar o desenvolvimento posterior de patologia mais grave.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Quando devem as crianças fazer uma psicoterapia?




Às vezes as crianças, tal como os adultos, podem necessitar ou beneficiar de uma Psicoterapia. Os Psicoterapeutas ajudam as crianças e as famílias a lidarem com situações de Stress e com uma grande variedade de problemas emocionais e comportamentais, ajudando a criança a desenvolver habilidades para resolver problemas e também ensiná-los a procurar ajuda.

Muitas vezes os pais recorrem a ajuda especializada quando a crianças evidencia dificuldades na escola, como a ansiedade aos testes, dificuldades de aprendizagem, de atenção ou concentração. Estes são sintomas manifestos de algo se passa e muitas vezes são a “maneira” que a criança encontra para demonstrar o seu sofrimento.

Grande parte das crianças precisam de ajuda para pensar e organizar os seus sentimentos sobre as suas relações familiares, especialmente se há eventos de vida significativos, tais como a morte de um familiar, amigo ou animal de estimação, um divórcio ou uma mudança, um abuso ou uma doença grave na família, que podem causar stress e levar a problemas com o comportamento, humor, sono, apetite e funcionamento académico ou social. Mas outras situações menos evidentes podem também surtir um efeito desorganizador, e apesar de não ser tão claro o que causou sofrimento à criança, de repente, esta parece retirada, ansiosa, preocupada, mal-humorada, zangada ou chorosa.

Se sente que seu filho pode ter um problema emocional ou comportamental ou precisa de ajuda lidar com um evento de vida difícil deve procurar um especialista.

Sinais de que uma criança pode beneficiar em ver um Psicoterapeuta:

Atraso no desenvolvimento da fala e linguagem;

Dificuldades de aprendizagem ou problemas de atenção e concentração;

Dificuldade em estar só ou em elaborar tarefas sozinho;

Problemas de comportamento (como raiva excessiva, agindo, incontinência urinária ou distúrbios alimentares);

Queda significativa dos resultados escolares;

Episódios de tristeza, depressão, choro ou retraimento social e isolamento;
Ser vítima de bullying ou exercê-lo sobre outras crianças;

Diminuição do interesse em atividades antes apreciadas;

Comportamento excessivamente agressivo (como morder, chutar, ou bater);

Mudanças bruscas no apetite (principalmente em adolescentes);

Insónias ou sonolência aumentada;

Absentismo escolar excessivo ou atrasos;

Alterações de humor;

Desenvolvimento ou um aumento das queixas físicas (como dor de estômago dor de cabeça, ou não se sentir bem), apesar de um exame físico normal pelo seu médico;

Sinais de droga, álcool ou outras substâncias;

Problemas com as mudanças (separação, divórcio, ou recolocação);

Questões relacionadas com os lutos;

Abuso sexual, físico ou emocional, ou outros eventos traumáticos.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O que é uma Psicoterapia?



Uma Psicoterapia é um processo científico, um espaço relacional que privilegia a reflexão e onde se desenvolve o auto-conhecimento e promove a mudança.
Associada ao tratamento de Psicopatologias, o principal objectivo é auxiliar na resolução dos problemas e dificuldades relativas ao bem-estar e saúde da pessoa.
Ainda que não haja um diagnóstico psiquiátrico ou um sintoma identificado, a verdade é que não é normal alguém sentir um frequente mal-estar, desmotivação, sofrer repetidamente com doenças físicas ou ainda ter relações sociais ou afectivas que causem sofrimento.


Através da compreensão dos pensamentos, emoções e comportamentos, a Psicoterapia porporciona a melhoria da qualidade de vida,  desenvolvendo a autonomia e modificando os padrões de funcionamento, comportamentais e emocionais, e consequentemente há uma maior satisfação nas relações interpessoais.

domingo, 22 de abril de 2012

Suicídio


O suicídio é o processo de propositadamente acabar com a própria vida. 

“Os óbitos por lesões autoprovocadas intencionalmente são a principal causa de morte não-natural, ultrapassando as mortes na estrada.” (Notíca do Jornal Público em 15.03.2010).

Apesar deste facto, a maioria das pessoas que se suicida, ou tenta, não quer morrer. O que acontece é que vêem-no como uma solução para os seus problemas e uma forma de acabar com sua dor. As pessoas que consideraram seriamente o suicídio sentem desesperança, desamparo, e desvalia.

A maioria das pessoas que considera tentar o suicídio pode apresentar algumas das seguintes características:
  • Uma história familiar de tentativas de suicídio ou suicídio consumado; 
  • Uma história pessoal ou familiar de severa Ansiedade, Depressão ou outro distúrbio de saúde mental (como patologia Borderline ou Bipolar); 
  • Um problema de álcool ou drogas, como o alcoolismo por exemplo. 
Sinais de alerta:
  • Em crianças e adolescentes podem incluir preocupações com a morte ou suicídio ou um rompimento recente de um relacionamento; 
  • Em adultos podem envolver o consumo de álcool ou abuso de substâncias, perda de emprego recente ou o divórcio. Em adultos mais velhos a morte recente de um parceiro ou diagnóstico de uma doença limitante da vida pode despoletar esta situação. 
Intervenção:

A intervenção começa por uma avaliação dos riscos de novas tentativas de suicídio. Muitas vezes a gravidade dos sentimentos de culpa ou de raiva podem levar a novos atos de autoagressividade.
Posteriormente a intervenção pode requerer uma combinação entre medicação e psicoterapia. Se por um lado a intervenção farmacológica controla os impulsos agressivos, a psicoterapia trabalha no sentido da compreensão dos sentimentos e emoções, permitindo ao paciente criar recursos internos para lidar com as suas angústias e ansiedades de forma saudável.
Em todas as situações de Suicídio, a intervenção é necessariamente longa e persistente. A negligência do tratamento ou o abandono do mesmo põem em causa a evolução do quadro e põem em causa o bom prognóstico.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Comportamentos Disruptivos – o Agir Infantil


Comportamentos Disruptivos surgem como forma de libertação dos impulsos agressivos de modo a obter alívio de tensões e Ansiedades. A dificuldade em processar internamente a Ansiedade e os impulsos, muitas vezes pode resultar em comportamentos Antissociais ou Delinquentes



Os primeiros comportamentos deste tipo são muitas vezes referidos como Birras. Esses comportamentos são geralmente observados pela primeira vez em crianças entre as idades de 12 e 18 meses de idade. Se nessa fase pode ser considerado como uma parte normal do desenvolvimento e são, simplesmente, uma tentativa infantil de comunicar sentimentos de insatisfação ou desilusão temporária, quando as birras são a reposta habitual e ocupam uma parte significativa da vida da criança ou a reação da criança à suposta causa da birra é muitas vezes marcadamente desproporcional à situação que o causou, esses acessos de raiva deixam de ser normais e revelam angústias perturbadoras do seu bem-estar e incapacidade para lidar com frustrações.


Comportamentos observados em crianças que tentam expressar a sua raiva ou frustração geralmente incluem patentemente choro irritado com som, batem com as mãos ou pés, e possivelmente tentam mesmo atacar outras crianças ou adultos. Tais explosões de temperamento violentas, muitas vezes incluem bater, chutar, e morder outras pessoas e, possivelmente, comportamentos autoagressivos, como bater a cabeça ou morder-se. 

A principal razão para a falta de controlo emocional na criança, especialmente acima dos três ou quatro anos, é o facto de não ter aprendido a lidar com sua própria frustração, pois em circunstâncias normais, a criança, nesta idade, já aprendeu as “lições” necessárias de como lidar com a deceção havendo queda significativa neste tipo de manifestação de comportamento. 



O que provoca perturbações graves do agir? 

  • Ligação relacional fraca com os pais, causada por pais que são fisicamente e/ou emocionalmente indisponíveis para a criança; 
  • Dificuldades parentais em impor regras e limites, por ser excessivamente rigorosos ou por imposição inconsistente de disciplina; 
  • Ambiente familiar que expõe as crianças à violência e oferece suporte a modelos de comportamentos agressivos e violentos; 



Manifestações de comportamento em crianças e adolescentes que merecem atenção profissional: 

  • Mentira patológica 
  • Agressividade face aos outros ou Bullying 
  • Autoagressão, como o cortar-se ou bater-se 
  • Abuso de álcool ou droga 
  • Entrar em brigas e lutas 
  • Vandalismo 
  • Roubos

segunda-feira, 19 de março de 2012

A primeira consulta em Psicoterapia


A primeira vez que alguém pensa em contactar um psicoterapeuta é, muitas vezes, um momento de dificuldade mas simultaneamente é também um grande passo. Apesar de nem sempre se recorrer a um processo psicoterapêutico devido a uma patologia grave, é comum, haver dificuldade em tomar iniciativa e o que era um mal-estar torna-se patologia e sofrimento.


O que se passa numa 1ª consulta
 

A primeira sessão (poderão ser mais que uma) tem uma duração entre 50 e 60 minutos e é uma consulta de “avaliação do caso”, o que significa que será mais uma entrevista em que se fala das dificuldades que levaram a pessoa a marcar a consulta e de outros aspectos que a pessoa considere importantes dar conhecimento ao técnico.
Nesta primeira, como em todas as consultas de Psicologia ou Psicoterapia,  o Psicoterapeuta mantém o sigilo e confidencialidade em tudo o que é falado e a pessoa tem liberdade para falar de tudo o que deseja ou que se sente à vontade para falar, sem que haja qualquer juízo de valor ou crítica.

No final desta “avaliação”, o Psicoterapeuta devolve uma opinião clínica sobre o caminho a seguir, e no caso de ambos acordarem o Contrato Terapêutico, iniciar-se-á o Processo Psicoterapêutico.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Anorexia Nervosa

A Anorexia Nervosa é um dos mais comuns tipos de Transtornos Alimentares. É uma Perturbação Psicológica caracterizada de forma mais geral por um medo intenso em ganhar peso e uma limitação severa da quantidade de comida ingerida. 
Se o quadro clínico clássico de Anorexia reunia três fatores: perda de peso, amenorreia (perda da menstruação) e a ausência aparente de um estado depressivo ou de uma perturbação mental grave, atualmente, a ênfase mudou para sintomas mais específicos, como uma imagem do corpo confusa, a negação de ser desejado, desespero para ser magro e medo de engordar e é comum observar esta perturbação associado a outros quadros de doença mental. Além disso, dois tipos principais de anorexia nervosa foram observados: formas puramente restritivas (onde há uma redução muito grande dos alimentos ingeridos) e formas associadas a episódios bulímicos (ingestão, em pouco tempo, de grande quantidade de comida), acompanhados por monitorização do peso, desporto excessivo, vómitos autoinduzidos, uso excessivo de laxantes e diuréticos. A anorexia nervosa ocorre frequentemente durante a adolescência, especialmente entre as mulheres (dez meninas para cada menino um), afetando entre 1 e 2 por cento da população feminina adolescente. 

Sintomas 
  • Pesar muito menos do que é saudável. 
  • Medo exagerado em ganhar peso. 
  • Recusa em manter um peso normal. 
  • Imagem distorcida do próprio corpo (considerar-se acima do peso adequado ainda que estejam muito magros). 
  • As suas vidas focam-se no controlo do peso. 
  • Obsessão sobre comida, peso e fazer dieta. 
  • Limitar estritamente o quanto comem. 
  • Exercício desproporcionado, mesmo quando estão doentes. 
  • Vomitar ou usar laxantes ou diuréticos, para evitar o ganho de peso. 

As pessoas com Anorexia, muitas vezes, negam fortemente que têm um problema e geralmente são os familiares ou amigos que obtém ajuda para eles. Se está preocupado com alguém, deve procurar ajuda rapidamente, uma vez que, com a maior taxa de morte relativamente a qualquer doença mental, entre 5% e 20% das pessoas que desenvolvem a doença, a deteção e intervenção precoce e especializada (muitas vezes através de equipas multidisciplinares) são pilares para o tratamento e recuperação para quem sofre desta patologia.

terça-feira, 13 de março de 2012

Perturbações Alimentares



As perturbações alimentares afetam cada vez mais pessoas em todo o mundo e abrangem cada vez mais um leque variado de pessoas, de diferentes idades, género, meio social ou económico. 
As mais comuns são a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa (geralmente chamado simplesmente de "Anorexia" e "Bulimia"). Mas outros distúrbios relacionados com a alimentação, como compulsão alimentar, distúrbios na imagem corporal ou fobias alimentares, são cada vez mais comum. Embora as perturbações alimentares difiram, todos eles escondem um princípio comum: uma obsessão excessiva e/ou uma postura radical em tudo o que se relaciona com a alimentação. 


Outras Perturbações Alimentares 

  • Perturbação de Compulsão Alimentar Periódica (comer compulsivo): uma pessoa que ingere episodicamente uma grande quantidade de comida.
  • Vigorexia (dismorfia muscular): normalmente visto em homens, especialmente culturistas ou halterofilistas, bigorexia é um distúrbio de imagem corporal, onde a pessoa sente seu corpo é muito pequeno. Portanto, eles passam horas excessivas no ginásio. Não importa quão grande ou muscular a pessoa se torna ainda sente o seu corpo muito pequeno. 
  • Síndrome do comer noturno (NES): uma pessoa com esta síndrome, muitas vezes, come grandes quantidades de alimentos após a sua última refeição do dia. Geralmente acontece apenas antes da cama e a meio da noite. 
  • Ortorexia Nervosa: A perturbação surge quando a pessoa se torna obsessiva quanto aos padrões daquilo que come, concentrando-se em encontrar a dieta perfeita ou pura. A pessoa torna-se tão obcecados com a alimentação nutritiva e saudável, recusando ou sentindo-se culpado por comer alimentos não saudáveis.
  • Pica: Pica é geralmente caracterizado como a ingestão persistente de substâncias não nutritivas como terra, cabelo, tinta plástica, e muito mais. Este distúrbio alimentar é mais comummente visto em crianças. 
  • Síndrome de Prader-Willi: é uma doença genética, caracterizado pela dificuldade em se sentir saciado e que é acompanhado por outros problemas físicos, mentais e comportamentais.
  • Transtorno de ruminação: Pessoas que regurgitam voluntária ou involuntariamente e remastigam alimentos parcialmente digeridos. Podendo ingeri-los novamente ou não. 
As perturbações alimentares são mais do que apenas uma dieta para perder peso ou comer demais pontualmente. São extremos do comportamento alimentar - a dieta que nunca acaba ou a compulsão para chocolates, por exemplo – e que causam a médio prazo sérias complicações de saúde

  • Problemas Gastrointestinais como Esofagite (irritação e inflamações na membrana que reveste o esôfago e que é uma condição potencialmente fatal que requer cirurgia imediata), Gastrite (uma inflamação do revestimento do estômago). 
  • Complicação Pulmonares, quando a autoindução de vómitos leva a uma aspiração de partículas de alimentos, ácido gástrico e bactérias do estômago para os pulmões, produzindo Pneumonia. 
  • As Perturbações a nível Renal e Cardíaco são muitas vezes graves. Vómitos, jejuns e uso excessivo de laxantes podem resultar na perda de fluidos e desidratação crónica, os níveis baixos de potássio pode levar a pedras nos rins e até mesmo insuficiência renal. A perda de ácidos do corpo, como resultado de vómitos frequente, conduz a elevados níveis alcalinos no sangue e tecidos do corpo. Isso pode causar obstipação, fraqueza e fadiga. A deficiência de potássio pode levar a uma frequência cardíaca irregular ou até morte súbita.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Comportamentos Aditivos e Processos de Dependência







O que é um Comportamento Aditivo ou uma Dependência?


Qualquer actividade, substância, objecto ou comportamento que se tornou o foco principal da vida de uma pessoa e que a exclui de outras actividades ou que a prejudica física, mental ou socialmente é considerado um comportamento aditivo.


Aparentemente diferentes, as dependências físicas de vários produtos químicos, como álcool ou drogas e a dependência psicológica de actividades como jogo compulsivo, sexo, trabalho, exercício físico, compras ou comida são igualmente patológicas e devastadoras para quem delas sofre.


O processo de dependência é uma síndrome de características psicológicas e comportamentais que se expressa em cada indivíduo de forma particular mas que exibe uma impressionante semelhança entre indivíduos dependentes, independentemente das suas circunstâncias específicas e vícios particulares.


Características comuns:
  • Obsessão relevante, atribuição de uma importância anormal ou patológico de uma substância ou de um comportamento; 
  • Persistência, rigidez, inflexibilidade, estereotipia e repetição do comportamento particular; 
  • Imunidade em relação a consequências adversas e resistência à modificação do comportamento; 
  • Um sistema de defesas psicológicas que, como se tratasse de uma fortaleza, protege o indivíduo de reconhecer a natureza prejudicial de seu vício e, por isso, muitas vezes, leva à ocultação da continuação do processo de dependência. 
  • A pessoa pensa constantemente no objecto, actividade, ou substância. 
  • Dificuldades nas relações interpessoais como consequência da adição (problemas físicos, trabalho ruim ou desempenho estudo, problemas com amigos, familiares, colegas de trabalho). 
  • Sintomas de abstinência que podem incluir Irritabilidade, Ansiedade, Agitação ou Perda de controlo; 
  • Baixa Auto-estima e Depressão. 
O Tratamento:
Dependendo do tipo e grau dependência poderá necessitar de ajuda de uma equipa multidisciplinar ou apenas de uma Psicoterapia. No entanto, se considera poder estar, ou um membro da sua família, viciado numa substância, a actividade, objecto ou comportamento, procure ajuda. Faça isso hoje!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Perturbação da Personalidade Borderline




As manifestações de Perturbações da Personalidade tornam-se visíveis muitas vezes na adolescência, continuando ao longo de vida adulta.
Historicamente, a Perturbação da Personalidade Borderline tem sido visto como um estado entre a psicose e a neurose, caracterizando-se por uma instabilidade marcante nos afectos, humor, relações interpessoais e muitas vezes na adaptação à realidade.
Os sintomas são desencadeados geralmente quando uma situação de stress psicológico ocorre, uma ameaça, uma separação ou uma perda por exemplo. Os sintomas, por vezes, tornam-se menos visíveis quando o ambiente circundante é estável, no entanto, os padrões de funcionamento mantêm-se:

Instáveis ​​relações pessoais


Pessoas com Perturbação Borderline sofrem de medo do abandono, assim, fazem tentativas desesperadas para manter relacionamentos. Apesar disso, a percepção de uma relação é tão instável que um amigo pode-se tornar inimigo devido apenas a um pequeno desentendimento.

Instável auto-imagem

Esta patologia é caracterizada pela incerteza acentuada sobre as questões importantes da vida, tais como objectivos de vida, orientação sexual, valores, escolhas da carreira ou tipo de amigos.

Emoções instáveis

O estado emocional pode variar drasticamente da euforia à ansiedade intensa ou à raiva em questão de horas ou de dias. Normalmente, essas flutuações emocionais são reacções a interacções sociais.

Pouco controle sobre os impulsos

A impulsividade imprudente pode levar a agir de forma agressiva face a outros ou levar mesmo a agir de forma auto-destrutiva, desde actos de condução perigosa ou ingestão compulsiva de alimentos ou álcool até à auto-mutilação (cortes no corpo), e em situações mais graves, o suicídio.

Esta perturbação sobrepõe-se muitas vezes a outras patologias como Depressão ou Transtornos psicóticos.

Tratamento

O objectivo da Psicoterapia é reduzir a frequência de comportamentos desajustados e permitir à pessoa uma maior adaptação à sociedade. O estabelecimento de uma relação de confiança com o Psicoterapeuta tem resultados positivos nos sintomas borderline, na medida em que o Psicoterapeuta não faz juízos de valor nem critica garantindo o apoio e compreensão constante. A terapia de grupo poderá ser, posteriormente, um complemento eficaz para a terapia individual permitindo que a pessoa experiencie os sentimentos de uma relação em grupo sem medo de repercussões e fornece também aprendizagens para relações sociais mais adaptadas fora deste ambiente. Os Medicamentos poderão ser utilizados inicialmente como complemento e forma de equilibrar o humor ou controlar os comportamentos impulsivos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Depressão na infância




O que é Depressão em crianças?
A Depressão é uma grave perturbação de humor que pode alterar a vida de uma criança. É natural que uma criança seja mal-humorada, triste ou zangada de vez em quando mas se estes sentimentos durarem semanas ou meses, podem ser um sinal de depressão.
È comum pensar que só os adultos podem ter a Depressão, no entanto, sabemos actualmente que até os bebés pode sofrer de Depressão. Os dados indicam que 2 em 100 crianças e 8 em 100 adolescentes sofrem de Depressão Grave.
Ainda assim, muitas crianças não recebem o tratamento de que necessitam, porque em parte pode ser difícil dizer a diferença entre Depressão e o mau humor normal, mas acima de tudo porque a Depressão não se manifesta numa criança da mesma forma que num adulto.

Uma criança pode estar deprimida se ele ou ela tiver:
  • Perda o interesse e motivação para fazer coisas que costumavam ser agradável
  • Dificuldade de concentração no trabalho escolar.
  • Cansaço e/ou dores 
  • Alterações nos padrões de sono (dificuldade em dormir ou dormir mais do que o habitual)
  • Alterações no apetite e peso (se sentindo mais fome ou menos fome)
  • Sentimentos de inutilidade, sem valor e sem amor
  • Pensamentos pessimistas sobre o futuro
  • Pensamentos de morte e actos de auto-flagelação.
  • Pouca vontade de estar com outras pessoas

Estes sintomas podem causar sofrimento e dificuldade em lidar com as tarefas e desempenho escolares ou afectar as relações com amigos e familiares, bem como o desenvolvimento emocional das crianças.
Algumas crianças para além dos sintomas descritos acima parecem irritáveis ao invés de tristes, pois algumas crianças negam sentir-se assim e a única queixa observável será de mau humor, irritabilidade, agressividade ou tédio, o que pode ser confuso. Como resultado, as acabam por se manifestar de outras formas como brigas ou perda de amigos. Noutros casos podem também "actuar" sobre si próprios, por exemplo, cortando-se, como forma de comunicar da sua aflição.

Como é tratada a depressão na infância?A primeira escolha para o tratamento desta perturbação é, hoje em dia, a Psicoterapia infantil (Ludoterapia – terapia através do jogo), onde são realizadas sessões individuais com a criança de modo a avaliar e a tratar as suas aflições. Às sessões individuais com a criança são, algumas vezes, realizadas sessões de família.
Dependendo do grau de sofrimento e da gravidade da situação este processo poderá ser mais longo de forma a provocar mudanças consistentes de modo a evitar o retorno dos sintomas.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O que é a Perturbação bipolar?


O Perturbação bipolar, ou psicose maníaco-depressiva, é uma doença médica que causa mudanças de humor. Estas mudanças podem ser subtis ou dramáticas e, normalmente, variam muito ao longo da vida de uma pessoa, afectando igualmente homens e mulheres.
É uma patologia crónica que condiciona a vida de quem dela sofre com episódios recorrentes de mania e depressão que podem durar de dias a meses e muitas vezes desde a adolescência ou início da idade adulta.
Quais são os sintomas de mania?
Mania é a palavra que descreve a fase de maior actividade da Perturbação Bipolar e os sintomas incluem:

  • ·         Humor exultante, feliz ou irritável, ou raiva desagradável
  • ·         Aumento da actividade física e mental
  • ·         Pensamentos acelerados e fuga de ideias
  • ·         Fala mais rápida do que o habitual
  • ·         Ideias excessivamente ambiciosas, muitas vezes com planos grandiosos
  • ·         Correr riscos exagerados
  • ·         Actividades impulsivas, como gastos desmedidos, Indiscrição sexual e abuso de álcool
  • ·         Diminuição do Sono sem experimentar fadiga
Quais são os sintomas da depressão?
A depressão é a outra fase do Perturbação Bipolar. Os sintomas de depressão podem incluir:

  • ·         Perda de energia
  • ·         Tristeza prolongada
  • ·         Diminuição da actividade e da energia
  • ·         Inquietação e irritabilidade
  • ·         Incapacidade para se concentrar ou tomar decisões
  • ·         Sentimentos mais elevados de preocupação e ansiedade
  • ·         Menor interesse ou participação em actividades que normalmente beneficiam
  • ·         Sentimentos de culpa e desesperança
  • ·         Pensamentos de suicídio
  • ·         Alterações no apetite (ou comer mais ou comer menos)
  • ·         Mudança nos padrões de sono (ou dormir mais ou dormir menos)
O que é um estado de "misto"?
Um estado misto dá-se quando os sintomas de mania e depressão ocorrem ao mesmo tempo.
Como é tratado a Perturbação bipolar?
Embora não haja cura para o Perturbação bipolar, é uma doença tratável e controlável. A maioria dos casos requer tratamento ao longo da vida, e embora a medicação seja um elemento chave no tratamento de Perturbação bipolar, a Psicoterapia é também uma componente essencial na melhoria das condições de vida destas pessoas, ajudando as pessoas a compreender a doença e a internalizar habilidades para lidar com as tensões que podem desencadear episódios.

Perturbações da Personalidade





O que é uma Perturbação da Personalidade?

"Personalidade" é a palavra que se refere ao padrão de pensamentos, sentimentos e comportamentos de cada pessoa. De um modo geral, a Personalidade pode não mudar muito mas, à medida que passam por diferentes experiências ao longo da vida, as pessoas tendem a modificar as suas características de forma a se adaptarem às situações de forma mais eficaz.
No caso de pessoas com Perturbação de Personalidade a adaptação torna-se difícil. Os seus padrões de pensamento, sentimento e comportamento são mais menos flexíveis, logo têm um leque mais limitado de formas de lidar com o quotidiano, o que leva a dificuldades em estabelecer relações e manter uma vivência satisfatória.

Características de Perturbação da Personalidade

Comportamento e experiências que se desviam consideravelmente do que é socialmente esperado, nomeadamente no que se refere à percepção de si próprio (auto-imagem) e à adequação dos afectos, as dificuldades nas relações interpessoais e os comportamentos impulsivos provocam distorções da auto-imagem e dificuldades nas emoções.
O comportamento inflexível e invasivo nas mais variadas de situações pessoais e sociais, o que leva a um significante desconforto e prejuízo nas áreas de funcionamento social e de trabalho.
Os Perturbações de Personalidade geralmente tornam-se perceptíveis na adolescência ou início da idade adulta, mas às vezes poderão haver indícios na infância.

Quais são os diferentes tipos de perturbação de personalidade?
  • Estranhos, excêntricos 
Perturbação de Personalidade Paranóide: Desconfiança, suspeita: os motivos dos outros são interpretados como malévolos

Perturbação de Personalidade Esquizóide: Indiferença face às relações sociais e restrição da expressão emocional

Perturbação de Personalidade Esquizotípico: Relações interpessoais íntimas nulas, distorções cognitivas e perceptivas, condutas excêntricas

  • Teatrais, emotivos, lábeis 
Perturbação de Personalidade Anti-social

Perturbação de Personalidade Borderline: Instabilidade nas relações interpessoais, na auto-imagem e nos afectos, com impulsividade marcada

Perturbação de Personalidade Histriónico: Emocionalidade exagerada e procura constante da atenção dos outros

Perturbação de Personalidade Narcísica: Grandeza, necessidade de admiração, falta de empatia

  • Ansiosos, temerosos 
Perturbação de Personalidade de Evitamento: Inibição social, hipersensibilidade à avaliação negativa dos outros

Perturbação de Personalidade Dependente: Conduta dependente e submissa, incapacidade de tomar decisões, preocupação com o ser abandonado

Perturbação de Personalidade Obsessivo-Compulsivo: Preocupação com a ordem, perfecionismo e controlo

As várias patologias da personalidade podem mostrar-se de diferentes maneiras e compõem diferentes "modos de ser" que causam sofrimento, profundamente enraizadas nas características da pessoa, no entanto, as diferentes perturbações não são domínios distintos e em muitos casos sobrepõem-se uns aos outros. Por exemplo, alguém pode ter perturbação de personalidade borderline e também apresentam traços histriónicos, anti-sociais, ou paranóicos. Ou seja, uma pessoa pode cumprir ter características de várias perturbações diferentes, enquanto outras podem-se enquadram dentro da mesma desordem, apesar de terem personalidades muito diferentes.

Tratamento

A Intervenção Psicoterapêutica oferece às pessoas com Perturbação de Personalidade uma ajuda que permite descobrir, compreender, aceitar e modificar esses aspectos de sua personalidade que resultam em imagens distorcidas de si mesmo e distúrbios nas relações interpessoais em várias áreas de sua vida.
Apesar deste tipo de patologias poder exigir uma terapêutica farmacológica, como complemento, é fundamental a existência de uma relação terapêutica segura e eficaz de forma a ajudar a pessoa no conhecimento sobre a sua doença, como esta o afecta e promover as alterações que lhe permitirão obter a melhor adaptação das emoções, dos comportamentos impulsivos, dos padrões de pensamento e dos relacionamentos.

Limites e Educação



 
Um tema recorrente nos dias que correm é a “educação” (ou a falta dela…). É comum ouvir falar em desrespeito ou em violência face aos professores, questionando-se, por um lado, a competência dos mesmos e a sua dificuldade em impor regras e, por outro, a forma como os alunos desrespeitam a autoridade e quais os limites que lhes devem ser impostos.
Um dos papéis da escola é, sem dúvida, promover a educação dos seus alunos, mas não é menos verdade que um aluno é, antes de mais, pessoa, filho, neto, sobrinho, etc… e nasce dentro de uma família.
Parece-me por isso, a mim, que o problema da “educação” começa em casa e os “acontecimentos infelizes” passados nas escolas e que nos chegam através de meios de comunicação social (maioritariamente sensacionalistas) são o reflexo das dinâmicas familiares problemáticas, em que a regra é não haver regras… e em que muitas vezes os afectos negativos substituem os positivos e tornam-se a única forma conhecida de relação.
Actualmente vive-se no tempo do “não há tempo”, em que muitas vezes o material tenta compensar o emocional e em que os afectos são substituídos pelos objectos.
Sem receitas milagrosas ou mezinhas para oferecer na forma de educar as nossas crianças e jovens parece-me necessário criar-se tempo para “ter tempo”, para se estar nestas relações humanas.

Depressão - Sinais e Sintomas




Sentir-se triste, desmotivado, cansado ou irritado pontualmente é uma parte normal da vida, mas quando a situação se prolonga no tempo pode ser evidência de Depressão. Mais do que apenas o temporário “mal-estar”, os pontos baixos da Depressão tornam difícil a vivência do dia-a-dia e das relações interpessoais (familiar e social). Quando se está deprimido, a pessoa pode sentir-se sem esperança face à resolução do problema, no entanto, procurar ajuda técnica é o primeiro passo para superar o problema. O que é depressão? Todos nós passamos por alterações de humor. A tristeza é uma reacção normal a situações da vida, a contratempos e desapontamentos mas observa-se a utilização banalizada da palavra "depressão" para explicar estes tipos de sentimentos. Contudo, a depressão é muito mais do que tristeza. Algumas pessoas descrevem a depressão como "viver num buraco negro" mas outras pessoas deprimidas não se sentem tristeza, vazio e apatia, manifestando por sua vez irritação, agressividade e inquietação. Independentemente da manifestação dos seus sintomas, a Depressão interfere no seu dia-a-dia, provocando dificuldades na capacidade para trabalhar, estudar, comer, dormir e se divertir. Os sentimentos de desamparo, desesperança, inutilidade são intensas e o alívio, se o houver, é pequeno e pouco duradouro.

Está deprimido?
Se se identifica com alguns dos seguintes sinais e sintomas, pode estar a sofrer de Depressão: § Dores de cabeça e/ou no corpo;
            § Dormir pouco ou demais;
            § Dificuldades de concentração ou na realização de tarefas;
            § Sentimentos de desesperança e/ou desamparo;
            § Pensamentos negativos;
            § Perda ou excesso de apetite;
            § Irritabilidade ou agressiva;
            § Consumindo de álcool.

Sinais e sintomas de depressão
A Depressão varia de pessoa para pessoa, mas existem alguns sinais e sintomas comuns. É importante relembrar que esses sintomas podem ser parte de situações de vida, mas, neste caso, os sintomas são mais evidentes e duradouros. Estes sintomas tornam-se gradualmente mais evidentes, pelo que é quanto mais precoce for a intervenção menor o grau de incapacidade provocada.

Esquizofrenia



Ao longo da História, a Esquizofrenia tem sido uma fonte de grandes enganos e perplexidades. Apesar dos avanços na compreensão das causas, do curso e no tratamento, esta patologia continua envolta em grandes dúvidas e questões por parte do público em geral.
A esquizofrenia é caracterizada por uma ampla gama de comportamentos incomuns que causam uma ruptura profunda na vida das pessoas que sofrem desta perturbação, bem como na vida dos que lhe estão próximos.
A falta de informação assim como os receios sociais dificultam a aceitação da doença, na medida em que é mais fácil para a grande parte da população lidar com a ideia de uma qualquer doença física do que com a de uma doença mental. No caso da Esquizofrenia, tratando-se de uma perturbação grave, o estigma e a marginalização são consequências frequentes do diagnóstico.
Num sentido mais geral, a Esquizofrenia é uma perturbação do pensamento em que um dos sintomas característicos é a presença de delírios. Os doentes esquizofrénicos sofrem de crenças significativamente diferentes da realidade.  Podem, por exemplo, acreditar que uma pessoa ou grupo de pessoas estão a querer prejudicá-los de alguma forma, agredir ou até matar (delírios paranóicos) ou podem acreditar que são pessoas importantes / famosas, como Jesus Cristo, p.e. (delírios de grandeza). Assim como podem sofrer também de algum tipo de alucinações. As mais comuns são alucinações auditivas, embora possam ser também visual, táctil, ou até olfactiva.
Na Esquizofrenia está também patente muitas vezes um embotamento afectivo, isto é, dificuldade em mostrar emoção, assim como catatonia, caracterizada pela cessação ou redução de movimentos.
A esquizofrenia ocorre em cerca de 1% da população e isso parece ser relativamente constante entre as culturas. O seu aparecimento, ou seja, o primeiro episódio, na maioria das vezes ocorre durante o final da adolescência ou início da idade adulta.

Psicose





A Psicose caracteriza-se por grandes dificuldades no contacto com a realidade. Esta realidade é encarada de forma clivada e dicotómica, ou seja, ou é boa ou é má. Digamos que é ou preta ou branca e não existe cinzento. Assim, se por vezes parece estar tudo bem e maravilhoso, outra há em que o exterior é sentido como mau, perigoso e/ou persecutório.
Assim sendo, indivíduos com este tipo de perturbações demonstram ao longo da vida características peculiares de retraimento sobre si mesmos e dificuldades nas relações, que evidenciam frequentemente dinâmicas de Amor/Ódio.
Em fases agudas da doença poderão surgir delírios, alucinações, discurso desorganizado e comportamentos agressivos.
Trata-se de uma perturbação mental que tem características biológicas e psicológicas, pelo que muitas vezes é importante uma integração entre duas terapêuticas – Psicoterapia e Psicofarmacologia.


Ansiedade de Separação




Ansiedade de separação é um medo comum nas crianças entre 1 e 6 anos. Este termo refere-se à marcha de protesto da criança face aos pais ou às pessoas que assumem esse papel, manifestando desconforto na sua ausência e ansiedade pela antecipação de situações de separação.
A criança pode temer estranhos, mesmo sendo perto da mãe ou até nos seus braços, no entanto, a ansiedade de separação não se trata de medo de estranhos. Naturalmente, uma criança que sofre de ansiedade de separação tem receio de pessoas e situações estranhas e tenta manter o contacto físico com a mãe sistematicamente.
A Ansiedade de separação pode ser observada, por exemplo, no 1º dia de escola. Crianças que evitam o professor, que choram e se apegam às mães.
Outras experiências poderão desenvolver estas dificuldades na criança. A qualidade da relação mãe-criança e o comportamento da própria mãe durante a separação ou perdas precoces dos pais poderão provocar sintomas relacionados com a dificuldade de se separar como por exemplo, problemas de sono e dificuldades de concentração e de aprendizagem, dificuldade em brincar sozinho.
O impacto nas crianças de separação ou divórcio dos pais é difícil de se afastar de outras fontes de stress. Assim, situações comuns como comer na escola porque a mãe tem que trabalhar, a diminuição do tempo de interacção com os pais e a adaptação a novas situações provocam reacções desadaptadas devido às dificuldades que estas crianças ter a autonomia adequada à sua idade.
Muitas vezes, e apesar de tentativas dos pais em minimizar a situação, frequentemente evitando alterações na vida das crianças, todas as situações que envolvem a separação parece produzir efeitos negativos sobre o seu ajustamento psicológico e social.
Nestes casos é importante uma intervenção precoce com a finalidade de evitar o desenvolvimento posterior de patologia mais grave.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Psicoterapia Infantil - Ludoterapia



A Ludoterapia é a técnica terapêutica utilizada com crianças. Esta técnica permite, através do jogo e do brincar, compreender e diminuir as dificuldades comportamentais e emocionais que interferem significativamente com o funcionamento de uma criança, melhorando a comunicação e o relacionamento entre a criança e os pais.
As crianças comunicam os seus pensamentos e sentimentos mais facilmente através de brincadeiras do que o fazem através da comunicação verbal. À medida que a criança brinca, o terapeuta começa a reconhecer padrões ou temas e formas de utilizar os materiais que são importantes para a criança.
Os objectivos menos óbvios de um processo terapêutico incluem a melhoria da expressão verbal, capacidade de auto-observação, controle dos impulsos melhorado, formas mais adaptativas de lidar com a ansiedade e frustração, e uma melhor capacidade de confiar e de se relacionar com os outros.
Na Ludoterapia, o Psicoterapeuta recebe a criança sozinha para a maioria das sessões, no entanto, e porque os pais são elementos fundamentais nas vivências das crianças, poderá ser importante que estes também se reúnam com o psicólogo em algumas sessões.
A estrutura das sessões deverá ser mantida de forma coerente e contínua no tempo, a fim de proporcionar uma sensação de segurança e estabilidade para a criança e os pais.
As sessões estão agendadas para o mesmo dia e hora a cada semana e ocorrem com a mesma duração.
A frequência das sessões é normalmente uma ou duas vezes por semana, e as sessões com os pais poderá ocorrer uma vez por mês, dependendo da situação.
A duração da sessão é normalmente de 30 a 40 minutos.

O papel dos pais num processo de psicoterapia infantil

III Encontro Família, Saúde e Doença - Faro 2010

A Psicoterapia é um processo caro?


Os custos associados a um Processo Terapeutico são, muitas vezes, a principal razão referida para não procurar ajuda. No entanto, se se considerar os benefícios que se poderá obter com uma Psicoterapia rapidamente se percebe que a médio prazo o investimento é lucrativo.

É um dado adquirido que a saúde mental e física não vivem separadas, uma vez que a doença física tem consequências na saúde psíquica, assim como a saúde psíquica tem consequências no físico. É comum algumas pessoas consultarem várias especialidades médicas, na busca de respostas aos seus sintomas físicos. Muito comum também é, após variados exames, não ser encontrada nenhuma explicação biológica para a sintomatologia. Ao mesmo tempo, alguém com dificuldades psíquicas frequentemente manifesta sintomas físicos.
Qual o custo de uma Depressão não tratada, da Ansiedade sentida e do sofrimento interno que acarreta o prolongamento deste tipo de situações? Qual o efeito emocional provocado sobre os familiares e amigos? Qual o valor de relacionamentos saudáveis ou do cuidar de si? A Psicoterapia é, assim, um investimento em si próprio. Uma das recompensas de "gastar tempo e dinheiro" em Psicoterapia é o facto de uma pessoa ter efectivamente uma melhoria na sua qualidade de vida, tornando-se mais consciente de Si, o que leva a que melhore a relação consigo próprio, com os outros, e consequentemente melhoria da saúde física, psíquica e social.

Ansiedade ou Sinal de Alerta?

Os ataques de ansiedade ocorrem de uma forma muito complicada. A maioria dos pacientes queixa-se de não poder respirar, estar prestes a d...