Psicóloga Clínica e da Saúde
Psicoterapeuta de Crianças, Adolescentes e Adultos
Psicoterapeuta de Casal e Família

Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Membro da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica
Membro da POIESIS - Associação Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família
Membro da AIPCF - Associação Internacional de Psicanálise de Casal e Família
Membro da EFPP - Federação Europeia para a Psicoterapia Psicanalítica


segunda-feira, 11 de maio de 2020

Ansiedade ou Sinal de Alerta?


Os ataques de ansiedade ocorrem de uma forma muito complicada. A maioria dos pacientes queixa-se de não poder respirar, estar prestes a desmaiar ou ter uma sensação de que isso vai acontecer e tudo isso com suores ou tremores.

A tendência natural aquando do aparecimento é a justificação com situações atuais da realidade e que, realmente, podem ser gatilhos para tal situação. No entanto, é uma ativação de sentimentos e emoções que já lá estavam mas camuflados ou controlados e não emergiam com tanta intensidade.

Atualmente, nesta situação de pandemia, qualquer dos leitores se estiver atento percebe que reagirá às exigências que o estado das coisas nos faz de modo muito semelhante a outras situações da sua vida. A intensidade é que poderá ser maior ou menor dependendo do grau em que sente as imposições da realidade atual.

Para a Psicoterapia Psicanalítica, o que na linguagem comum é conhecido como a ansiedade é, na verdade, um conjunto de sintomas em relação à ansiedade. Esta angústia é sempre um sinal de que algo está a manifestar-se.

Ao contrário de outras psicoterapias que visam o controlo dos sintomas, a Psicoterapia Psicanalítica vai além do sintoma, procurando e tornando consciente a origem deste sintoma, que, consequentemente, permite à pessoa aprender a lidar com a ansiedade de forma adequada e sem o sofrimento incapacitante.

No que hoje é tipificado como ansiedade pode ser encontrada uma lista de sintomas que vão desde uma sensação subjetiva do corpo sem nenhum motivo aparente e que produz uma sensação de estranheza até perda de sono, preocupação excessiva com coisas aparentemente simples ou sem importância, etc., e que podem provocar a incapacidade de desempenho das atividades diárias ou trabalho.

Tudo isto é apresentado ao sujeito acompanhado por um desconhecimento das causas que motivam. Na Psicoterapia Psicanalítica propõe uma abordagem diferente a este conjunto de sintomas, onde as perguntas que estão sem resposta ou talvez até mesmo nunca tenha feito são pensadas. As relações familiares e sociais são refletidos ​​e uma longa lista de assuntos são articulados com cada pessoa durante a psicoterapia.

Quem passou pela experiência de uma Psicoterapia Psicanalítica sabe que depois de algum tempo, e de forma diferente para cada indivíduo, os sintomas que o/a levaram à Psicoterapia Psicanalítica desaparecem.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Condições para a realização das Consultas Online




As consultas online são realizadas sob as mesmas regras das consultas presenciais e de acordo com o Código Deontológico da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

  • Marcações: Através do n.º 924 064 999 (caso a sua chamada não seja atendida, a mesma será devolvida o mais breve possível). Neste primeiro contacto serão esclarecidas todas as questões relativas às consultas, como duração, valor, horários, condições, e outras que sejam consideradas pertinentes.
  • Funcionamento: 
    • As consultas são efetuadas através de Skype ou Whatsapp, ou outra plataforma considerada adequada. 
    • As consultas online funcionam da mesma forma que as consultas presenciais: 
    • Iniciam-se à hora marcada e terminam à hora, devendo o cliente(s) ligar para iniciar a consulta. 
    • As consultas individuais têm a duração de 50 minutos. 
    • As consultas de Casal e Família têm a duração de 1 hora. 
    • O cliente(s) deverá encontrar-se em local seguro, isolado e com as condições confortáveis para a realização da consulta. 

  • Pagamento: o pagamento deverá ser efetuado antes até 1 hora antes da consulta, através de transferência bancária, com envio do comprovativo para o email: patriciaseguradonunes@gmail.com

Qualquer outra questão é tratada diretamente.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Consultas em tempos de Isolamento


O momento que atravessamos exige de todos uma resistência psicológica e física acima do que habitualmente estaríamos habituados.

Assim sendo, e por isso mesmo, é provável que se descubram sentimentos, emoções ou comportamentos de se desconheciam ou já estariam presentes de forma menos intensa. Claro que, se por um lado, poder-se-ão descobrir recursos e forças que pensávamos não possuir, da mesma forma, poderão vir ao de cima angústias, ansiedades, medos, terrores, sentimentos depressivos, de pânico e aflição que eram desconhecidos.

É essencial recorrer a ajuda técnica nesta altura, quando o sintomas se manifestam. Ainda que, no calor do momento, e com a necessidade de controlar outras situações, não se dê atenção a estas problemáticas, o que é certo é que poderão surgir daí situações mais graves, como quadros de grande depressão e ansiedade, sintomatologia de stress pós-traumático, que podem ser impeditivos da vivência pós pandemia, ou mesmo de fazer face às circunstâncias atuais.

É do conhecimento geral que estamos “obrigados” a um isolamento social, no sentido de controlar a pandemia, no entanto, isolamento não tem de ser necessariamente solidão.

De modo que manteremos o apoio e o trabalho psicoterapêutico, ainda que com recurso a meios de mediação. Neste sentido, as consultas de Psicologia e as sessões de Psicoterapia, quer seja individual (adolescentes e adultos), quer sejam de casal e família, mantêm-se em regime de online.

Apesar de ser um recurso necessário nesta fase, já é há muito utilizado e tem provas dadas, uma vez que permite o acesso à Psicologia, e acima de tudo à Psicoterapia a pessoas que não o teriam de outra forma, fosse pela distância de profissionais da sua língua, fosse por não haver especialistas em Psicoterapia nas áreas de residência, ou outras razões válidas para utilizar esta solução.

terça-feira, 24 de março de 2020

Vivências em tempos de crise


Nos tempos que correm, muitas são as angústias que vêm ao de cima. A incerteza de algo quase desconhecido e perigoso produz uma insegurança que há muito o ser humano não estava habituado.

O panorama atual obriga-nos ao confinamento, que por sua vez nos obriga a uma rotina diferente e com consequências que podem bastante aflitivas.


Quer seja pela obrigação, de estar em casa sozinho, quer pela convivência com uma família omnipresente, é natural surgirem angústias e fragilidades adormecidas que noutro contexto não surgiriam com a mesma intensidade ou estariam disfarçadas pela possibilidade de “fuga”.


Um artigo do jornal da Universidade de São Paulo cita Christian Dunker, psicanalista brasileiro, que nos fala que vários pacientes com algum tipo de depressão lhe disseram que agora as coisas estavam melhores, pois antes da quarentena era muito difícil sair da cama ou de casa e agora não precisavam mais se preocupar com isso, podiam passar o dia de pijama, demorar mais para sair da cama, etc. Por isso, alerta que, no caso dessas pessoas, o que agora está sendo sentido como um relativo alívio, pode se tornar potencialmente mais grave com o passar do tempo.

Ao mesmo tempo, pode acontece haver estados de ansiedade, perturbações do sono, zanga, ou cansaço entre outros que se manifestam. E apesar de em determinadas crises de vida serem reactivadas sensações, emoções e sentimentos já experienciados anteriormente, no contexto atual, e devido à grande incerteza e ao perigo simbolizado por uma situação de pandemia, a intensidade com que emergem estes aspectos é consideravelmente maior.


Torna-se por isso importante identificar este tipo de sintomatologia, o seu significado e procurar ajuda quando necessário, pois sendo algo que nos atinge a todos, é natural que apareçam conflitos, quer internos, na relação consigo próprio, quer externos, nas relações com outros, o que dificulta ainda mais a tolerância a esta experiência.





No momento que atravessamos, em que os afetos têm de ser à distância, revela-se por isso a importância das relações humanas como defesa contra este inimigo comum e como forma de equilíbrio da saúde.

O que é a Psicoterapia Psicanalítica?



A psicoterapia psicanalítica é uma técnica terapêutica criada e desenvolvida a partir da Psicanálise, constituída por Sigmund Freud como uma teoria do funcionamento psíquico. Esta técnica promove no Cliente a aprendizagem do pensar livremente sobre os problemas que manifesta, tanto ao nível do seu mal-estar interior como nas questões difíceis de resolver da vida quotidiana, sem (pré) conceitos pessoais ou constrangimentos sociais.


No espaço terapêutico não existem juízos de valor ou condenações, permitindo-se que o Cliente fale livremente sobre as suas questões, sem prévia escolha de assunto nem censura de qualquer tema, não ocorrendo qualquer censura ou orientação do terapeuta nesse sentido; a função do terapeuta é interpretar o discurso do paciente, ou seja, propor novos sentidos e novas leituras para o mesmo.


A relação entre Psicoterapeuta e Cliente é confidencial e pode continuar por meses ou mesmo anos. Os objectivos da Psicoterapia Psicanalítica são sobretudo a obtenção de maior compreensão interior, o enriquecimento pessoal dum ponto de vista afectivo e cognitivo dos conflitos que o assaltam e em que o próprio encontrará, em conjunto com terapeuta, soluções e novos modos, mais positivos, de se relacionar consigo e com os outros.

Quando devo consultar um Psicoterapeuta?




É uma questão pertinente e que actualmente se coloca frequentemente. Muitos procuram respostas nos técnicos de saúde mais próxima, outros consultam a internet e em livros ou revistas. A verdade é que se procuramos respostas a esta questão é porque provavelmente existe algo connosco ou com alguém que nos é próximo que gostaríamos de compreender. Este facto é, por si só um indício para consultar um Psicoterapeuta. Não existe, no entanto, uma resposta correcta à questão.


Várias serão as razões para realizar uma Psicoterapia: porque não estou satisfeito(a) comigo próprio(a) ou com qualquer situação de vida e isso afecta o meu funcionamento, se sinto que necessito falar com alguém sobre os meus problemas sem que haja recriminações, julgamentos ou opiniões subjectivas, ou simplesmente porque me quero conhecer e compreender melhor.


Assim, mais importante do que as considerações ou razões gerais que se possam apontar, são as motivações de cada pessoa. O que é relevante é o sofrimento ou a instabilidade do próprio indivíduo e as limitações que estes provocam na sua vida, tanto a nível familiar, profissional ou social ou mesmo as dúvidas que surgem em algum momento da nossa vida.​

A Eficácia da Psicoterapia Psicanalítica


"A eficácia da Psicoterapia Psicanalítica"

Artigo de Jonathan Shedler da University of Colorado Denver School of Medicine



Na sequência da minha prática clínica parece-me importante referir o desconhecimento face à técnica Psicanalítica e as dúvidas levantadas por alguns pacientes e outras pessoas sobre os resultados deste tratamento.
Estas dúvidas, apesar de cada vez menos frequentes, são bastante legítimas. Penso que é característico da espécie humana uma grande curiosidade face ao desconhecido, no entanto, e por ser algo novo, cria sempre algum receio. Claro que o receio será maior ou menor de acordo com as características de cada um.
No caso da Psicoterapia surge também esta ambivalência, em que se por lado existe uma consciência de uma necessidade ou de uma curiosidade sobre o próprio mundo interno, existe, em simultâneo, um receio.
Outra das questões que ocorre também é relativa ao tempo de duração destes processos. Como já referi anteriormente, não se tratam de processos rápidos mas têm, com toda a certeza, efeitos mais profundos e duradouros que terapêuticas mais focalizadas num sintoma ou farmacológicas.
Efectivamente existem estudos publicados recentemente pela American Psychologist que comprovam a eficácia deste tipo de terapias confirmando as mudanças significativas e o crescimento pessoal dos que a elas recorrem.

terça-feira, 11 de julho de 2017

É a psicanálise apenas uma terapia?



Embora a psicanálise tenha começado como uma ferramenta para melhorar o sofrimento emocional, não é apenas uma Psicoterapia. É, acima de tudo, um método para aprender sobre a mente, e também uma teoria, um modo de compreender os processos de funcionamento mental e os estágios de desenvolvimento normal desde a infância até a velhice.

Além disso, uma vez que a psicanálise procura explicar como funciona a mente humana, contribui para uma visão sobre tudo o que a mente humana produz. Ao fazer isso, teve uma profunda influência sobre muitos aspectos da cultura dos séculos XX e XXI.

Como uma teoria geral do comportamento humano individual e de experiências, ideias psicanalíticas enriquecem e são enriquecidas pelo estudo das ciências biológicas e sociais, o comportamento do grupo, história, filosofia, arte e literatura.

Como uma teoria do desenvolvimento, a psicanálise contribui para a psicologia infantil, educação, direito e estudos da família. Através de sua análise da complexa relação entre corpo e mente, a psicanálise também possibilita a compreensão do papel das emoções na saúde, bem como na doença médica.

Por isso, o conhecimento psicanalítico é a base de todas as outras abordagens dinâmicas para de Psicoterapia. Quaisquer que seja a sua aplicação, a psicanálise permite formar as bases de grande parte da psicoterapia empregada na maioria das outras terapias individuais, familiares e de grupo.

American Psychoanalytic Association 

sexta-feira, 30 de junho de 2017

O que é um Psicoterapeuta?

Um psicoterapeuta é um técnico de saúde, normalmente, licenciado em Psicologia Clínica ou Psiquiatria, que realiza uma formação especializada em Psicoterapia. Esta formação especializada é, necessariamente, efectuada numa sociedade científica, acreditada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (como a Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica ou a POIESIS-Associação Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família) e é a única que aufere o título de Psicoterapeuta. 

As Sociedades ou Associações científicas regem-se por normas de organismos nacionais (Ordem dos Psicólogos Portugueses) e internacionais (como a AIPCF - Associação Internacional de Psicanálise de Casal e Família ou a EFPP - European Federation for Psychoanalytic Psychotherapy), que definem o requisitos necessários e controlam e promovem a qualidade técnica dos seus membros, através de formação contínua, supervisão das práticas clínicas e outras acções de desenvolvimento de competências profissionais.

Estes organismos formam também grupos científicos de investigação, desenvolvendo estudos actualizados com vista a um trabalho sério e eficaz.

     


       

terça-feira, 11 de abril de 2017

Auto-estima e Qualidade de vida


O que é Auto-estima?

Auto-estima é a avaliação que uma pessoa faz dela própria e surge da diferença entre o que a pessoa é e o que ela quer ou gostaria de ser.

Considerado um importante componente da saúde emocional, a auto-estima engloba tanto a auto-confiança como a auto-aceitação.

Poderemos também descrevê-la em termos de duas componentes fundamentais: a sensação de ser amado e aceite pelos outros e a consciência de competência e domínio na execução de tarefas e resolução de problemas de forma autónoma.

O resultado desta avaliação e as dificuldades a este nível provocam as consequências mais diversas ao nível do funcionamento de cada pessoa e na sua qualidade de vida. Muitas das patologias que hoje se evidenciam na nossa sociedade, como a Depressão, Perturbações de Ansiedade e de Humor, têm por base dificuldades ao nível da Auto-estima.


O que sente a pessoa com baixa Auto-estima?

A sua estrutura emocional é pouco sólida pelo que origina o pessimismo e a negatividade.

A inadequação para enfrentar os desafios da vida, por não acreditar nos seus potenciais e na eficácia das suas respostas às dificuldades da vida, leva a que não cumpra determinados objectivos a que se propõe; por exemplo, se é chamado para uma entrevista de emprego e sente que há candidatos melhores pode nem sequer se apresentar nessa entrevista;

Desvaloriza o que sente e as escolhas que faz no dia-a-dia e não se sente merecedor de amor e respeito por parte dos outros, não aceitando bem os elogios e não se sentindo merecedora de presentes. É comum afirmarem que gostam mais de dar do que receber.

Valoriza mais as suas fragilidades do que as suas qualidades, tendo também grande medo de expor as suas ideias com receio do ridículo e da desaprovação. No fundo a grande crítica que faz sobre si própria leva a que avalie os outros também como muito críticos.

A exigência consigo própria pode-se até tornar excessiva, devido à grande desvalorização sentida, o que numa tentativa de se sentir mais seguro cria objectivos por vezes exagerados e próximos do “perfeito”, que na maioria das vezes não são alcançáveis, o tende a reforçar os sentimentos de desvalorização; por exemplo criar a ideia de que somente será bom aluno caso tenha 20 num exame e fica muito desiludido e desvalorizado por ter tido 19. 

Como trabalhar a Auto-estima?
Construída desde a infância, a Auto-estima depende do modo como o próprio se vê e do modo como foi visto pelos outros significativos, especialmente os pais, e nomeadamente do investimento que estes fizeram na criança, condição que irá afectar significativamente a sua vida adulta.

Alguém com dificuldades a este nível desenvolveu distorções ao nível auto-imagem, no entanto, quando há um desenvolvimento do auto-conhecimento e uma modificação do auto-conceito através de uma relação terapêutica, a pessoa torna-se capaz de executar as tarefas do dia-a-dia de forma mais eficiente, desenvolve capacidade de criação e acima de tudo desenvolve uma maior satisfação pessoal e estabilidade emocional.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Timidez e Inibição são dificuldades...






Todos nós vivemos num mundo relacional. Nenhum indivíduo se pode desenvolver completamente por si só, isolado de tudo. As relações são a ponte relacional que nos liga ao outro e que nos permite, simultaneamente a possibilidade de ser e sentir.

Se nos primeiros anos de vida as relações privilegiadas são com os pais ou cuidadores, com o crescimento existe a necessidade de outras interações de forma a promover a autonomia e o saudável desenvolvimento.

As crianças que se relacionam pouco com seus pares, que tendem a evitar contato social e apresentam, além disso, ansiedade e medo diante dos demais, são rotuladas como tímidas e retraídas.

A timidez na infância é um fenómeno ao qual se presta por vezes pouca atenção. Normalmente são crianças que “não dão muito trabalho”, pois não choram muito, não se “portam mal” e por isso, geralmente, não procuram ajuda terapêutica. Quando o fazem, costuma ser quando crianças apresentam problemas do tipo externos, como dificuldades escolares ou obsessões por exemplo. Muitos pais acreditam firmemente que é uma fase ou que os filhos são assim porque eles também o foram e que é um problema que melhorará com a idade, enquanto na escola é comum a sua inibição ser reforçada e valorizada através da valorização do seu “bom comportamento” e atenção.

Constata-se que, em geral, é solicitada menos procura de ajuda para crianças tímidas do que com as que apresentam comportamentos abertos e disruptivos, mesmo tendo-se demonstrado, repetidamente, que a timidez é um importante preditor de problemas futuros e que sua incidência é tão elevada quanto a de comportamentos mais manifestos.

Assim sendo, parece muito relevante que os profissionais que trabalham com crianças e famílias devam ser alertados para o fato de a timidez e o retraimento social serem comportamentos de risco na infância, conforme indicam descobertas de investigações realizadas nas últimas décadas sobre as dificuldades de adaptação na adolescência e vida adulta.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Quem deve tratar a depressão?


A alta incidência de Depressão Clínica tem levado ao encorajamento dos tratamentos farmacológicos porque, aparentemente, devolvem mais rapidamente a sensação de melhoria e/ou remissão da sintomatologia, reduzindo a Depressão a problema neurológico e, consequentemente relacionado com a saúde física.


A verdade é que, do ponto de vista psicológico, parece ser mais fácil assumir a dor física do que a psíquica, e do ponto de vista social também parece ser menos estigmatizante.


No que se refere ao tratamento da Depressão poderá ser necessário recorrer à psicofarmacologia, nomeadamente em casos de Depressão mais profunda, como nos casos das Depressões Psicóticas. No entanto, se não existir um Processo Psicoterapêutico organizado e contínuo, os sintomas voltam a aparecer pouco tempo depois do desmame da medicação.


Actualmente existem campanhas publicitárias que remetem para a Dor na Depressão. Realmente a Depressão dói. Dói muitas vezes no corpo porque a dor da alma não é compreendida. Ao utilizar estratégias medicamentosas trata-se da dor do corpo e mantém-se adormecida a dor da alma.


Enquanto a farmacologia permite a atenuação da sintomatologia de forma superficial, um Processo Terapêutico, através da compreensão da pessoa, do seu sentir e pensar, leva a uma mudança profunda e promove a autonomia face ao sintoma.





quinta-feira, 9 de março de 2017

O Luto


O Luto surge como um processo normal e é fundamentalmente uma resposta emocional à perda, uma expressão de que pode incluir tristeza, fadiga, depressão, alívio, choque, raiva, culpa e ansiedade.

"Perda" é a palavra-chave, porque dor não se aplica somente ao modo como se sente após a morte de um ente querido, mas também à maneira como você se sente sempre que sofrer a perda de algo valioso para você. Por exemplo, a dor muitas vezes segue-se a uma separação, divórcio ou término de um relacionamento, perda por roubo, perda do emprego, a não concretização de um sonho ao longo da vida, a perda da juventude, perda de controlo, a perda do papel de pai quando os filhos saem de casa, ou a perda de saúde. Ao olhar e compreender a dor da perda num sentido mais amplo, pode-se sofrer por algo quase toda a sua vida. Apesar disso, a dor da perda é diferente para todos.

Porquê?

A importância da perda depende da importância da relação que tenha sido cortada.

Os recursos individuais e sociais de apoio para lidar com a perda variam. Ou seja, algumas pessoas são capazes de realizar sozinhas a elaboração do luto enquanto outras necessitam de apoio de outros.

Características do Luto Patológico

Comportamentos de dor que frequentemente têm um perfil semelhante aos encontrados em pessoas que sofrem de Depressão, partilhando uma série de aspetos semelhantes, incluindo distúrbios do sono e do apetite, tristeza intensa, esses comportamentos são apenas evidentes para um curto período de tempo numa reação de luto.

Intensos sentimentos de solidão e isolamento após a perda podem tornar-se tão esmagadores que a pessoa pode retirar-se do convívio social, isolando-se até desse suporte.

A raiva é uma emoção frequente na sequência de uma perda e é muitas vezes confusa para quem a sente e para os que o rodeiam. A raiva pode ser dirigida ao falecido para deixar o luto ou pode resultar de um sentimento de frustração e de culpa pela morte, onde a raiva é virada contra si próprio.

O luto é uma montanha russa emocional e um fator de stress emocional elevado pelo que não só provoca distúrbios emocionais, mas também sintomas físicos, tais como: peito apertado, sensibilidade excessiva ao ruído, falta de ar, fraqueza muscular e falta de energia. Ocasionalmente a saúde física pode ser seriamente prejudicada, e é crescente a evidência clínica de que as pessoas recentemente enlutadas são relativamente vulneráveis ​​à doença física.

Psicoterapia como ajuda para elaborar o Processo de Luto

O objetivo da terapia do Luto é identificar e facilitar a resolução de dificuldades que impedem o indivíduo de completar as tarefas de Luto. Por exemplo, identificar outros lutos anteriores que não foram resolvidos e trabalhá-los com a pessoa, ajudando a compreender as dificuldades passadas, de modo a poder resolver os problemas atuais.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Depressão - sinais e sintomas


Sentir-se triste, desmotivado, cansado ou irritado pontualmente é uma parte normal da vida, mas quando a situação se prolonga no tempo pode ser evidência de Depressão. Mais do que apenas o temporário “mal-estar”, os pontos baixos da Depressão tornam difícil a vivência do dia-a-dia e das relações interpessoais (familiar e social). Quando se está deprimido, a pessoa pode sentir-se sem esperança face à resolução do problema, no entanto, procurar ajuda técnica é o primeiro passo para superar o problema. O que é depressão? Todos nós passamos por alterações de humor. A tristeza é uma reacção normal a situações da vida, a contratempos e desapontamentos mas observa-se a utilização banalizada da palavra "depressão" para explicar estes tipos de sentimentos. Contudo, a depressão é muito mais do que tristeza. Algumas pessoas descrevem a depressão como "viver num buraco negro" mas outras pessoas deprimidas não se sentem tristeza, vazio e apatia, manifestando por sua vez irritação, agressividade e inquietação. Independentemente da manifestação dos seus sintomas, a Depressão interfere no seu dia-a-dia, provocando dificuldades na capacidade para trabalhar, estudar, comer, dormir e se divertir. Os sentimentos de desamparo, desesperança, inutilidade são intensas e o alívio, se o houver, é pequeno e pouco duradouro.

Está deprimido?

Sinais e sintomas de depressão

A Depressão varia de pessoa para pessoa, mas existem alguns sinais e sintomas comuns. É importante relembrar que esses sintomas podem ser parte de situações de vida, mas, neste caso, os sintomas são mais evidentes e duradouros. Estes sintomas tornam-se gradualmente mais evidentes, pelo que é quanto mais precoce for a intervenção menor o grau de incapacidade provocada.

Se se identifica com alguns dos seguintes sinais e sintomas, pode estar a sofrer de Depressão:
  • Dores de cabeça e/ou no corpo;
  • Dormir pouco ou demais;
  • Dificuldades de concentração ou na realização de tarefas;
  • Sentimentos de desesperança e/ou desamparo;
  • Pensamentos negativos;
  • Perda ou excesso de apetite;
  • Irritabilidade ou agressiva;
  • Consumindo de álcool.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Depressão ou Depressões...




A depressão é a epidemia do século XXI e encontra-se reconhecida no Plano Nacional de Saúde 2000-2010 como um problema primordial de saúde pública. De acordo com o ministério da saúde é uma condição médica definida que afecta 20 por cento da população portuguesa.


A visão médica da depressão e a mais difundida actualmente é particularmente ampla e os sinais que permitem reconhecê-la são extremamente diversos e de intensidade variável o que dificulta muitas vezes a percepção do que se passa.


De acordo com a Classificação Internacional de Doenças a Depressão define-se por sintomas como humor triste, perda de interesse ou prazer nas actividades, alterações do apetite e/ou do peso, alterações do sono, lentidão ou agitação da psicomotricidade, fadiga ou perda de energia, sentimento de inutilidade ou culpa excessiva, dificuldade em pensar, concentrar ou tomar decisões e pensamentos de morte, incluindo ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio.


Estes são os sintomas manifestos, no entanto, em Psicologia Clínica e, principalmente, em Psicoterapia procura-se uma abordagem compreensiva das situações. Porque cada pessoa é um ser único, considera-se que o importante não é o nome que se dá mas a compreensão e explicação da pessoa em si, do seu sofrimento e dos seus sentimentos, pensamentos e emoções.


Parece realmente ser mais aceitável e facilitador o facto de haver um nome para as nossas dificuldades, como se o facto de termos uma “doença” comum a muitos nos deixasse mais acompanhados, no entanto, não é por isso que o sofrimento desaparece. Por exemplo, um choque entre dois carros é um acidente de viação mas não se resolve apenas por lhe darmos esse nome. É necessário compreender e explicar o que aconteceu como forma de resolver a situação e precaver situações futuras.

É comum as pessoas referirem, quando procuram ajuda em situações de crise, que sofrem de depressão há vários anos ou que tiveram uma depressão em determinados períodos da vida. O que acontece é que, na maior parte dos casos, por se recorrer apenas tratamento farmacológico ou realizar psicoterapias muito breves ou por se interromper esse processo antes do final, as melhorias são superficiais e não consistentes, levando a que frequentemente haja pouco tempo depois nova evidência dos sintomas que permaneciam controlados.


Num processo de psicoterapia, ao invés de se sobrevalorizar os sintomas promove-se um melhor conhecimento interno e, consequentemente, a modificação do padrão de funcionamento, quer interno quer interpessoal.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Qual é a diferença entre Aconselhamento/Acompanhamento Psicológico e Psicoterapia?







A diferença entre Aconselhamento (ou Acompanhamento ou Apoio) Psicológico e Psicoterapia é uma questão muito importante e que pouco explicada, o que leva a mal-entendidos e por vezes confusões, muitas vezes até por parte dos técnicos de saúde.

Define-se Aconselhamento Psicológico como a ajuda prestada por um Psicólogo Clínico com vista a melhoraria da sensação de bem-estar, alívio de um sintoma específico ou resolução de uma crise. Ou seja, funciona bem em situações pontuais mas não permite o tratamento eficaz de psicopatologia.

A Psicoterapia é realizada por um(a) Psicoterapeuta e é um processo mais longo e profundo que permite à pessoa chegar a uma compreensão mais completa de si, das suas características. Esta técnica, realizada por um Especialista, permite que a mudança seja eficaz e permanente, não havendo, quando os processos psicoterapêuticos são completos, o risco de recaídas. Daí que na maioria dos casos, os processos sejam de longa duração. Para que o processo seja eficaz e promova uma mudança eficiente na forma como a pessoa se relaciona com o mundo exterior e lida com as dificuldades inerentes à vida do dia-a-dia, as sessões são necessariamente e no mínimo semanais e continuadas.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Stress e saúde mental no trabalho




O Stress no trabalho pode ser definido como a resposta nociva, física e emocional, que ocorre quando as exigências do trabalho não vão ao encontro das capacidades, recursos ou necessidades do trabalhador. Estas dificuldades estão relacionadas com reações desajustadas às pressões sentidas como excessivas ou demasiado exigentes.

Algumas vezes, esta resposta é uma reação a um evento ou uma mudança de vida, no entanto, na maior parte dos casos o que acontece é que a situação presente apenas desencadeou algo que estava adormecido ou controlado, mas que já existia e que a pessoa de alguma maneira conseguiu, até ai, com sucesso, não deixar que afetasse o seu trabalho.

Para estas pessoas stress no trabalho pode agravar seu problema, pois se o stress no trabalho chega a um ponto onde se desencadeou um problema de saúde mental existente, torna-se difícil separar uma coisa da outra, influenciando ai todos os aspetos da vida da pessoa, quer a nível individual quer social. 

Problemas comuns de saúde mental e que se refletem no trabalho:

Ansiedade – sensação desagradável de preocupação, onde a pessoa se sente apreensivo ou angustiado com algo que pode ou não pode estar prestes a acontecer e que pode ser ou não consciente.

Depressão – quando a pessoa tem sentimentos de extrema tristeza, desespero ou de inadequação duradouros, ou alterações de humor.

Embora os problemas de saúde mental mais comuns possam parecer mais leves é sempre aconselhável recorrer à ajuda especializada de forma a capacitar a pessoa para continuar a trabalhar de forma produtiva, não agravando a situação e fomentando o desenvolvimento de respostas adequadas às situações de Stress.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Burnout! Queimar! Queimado! A Síndrome de Burnout




O termo "Burnout" é um termo relativamente novo, cunhado em 1974 por Herbert Freudenberger. Originalmente definido "Burnout", como "a extinção de motivação ou incentivo”, há algumas características semelhantes ou encontra-se muitas vezes associado a condições de Depressão, Ansiedade ou Perturbações do Humor. 


Os sintomas clássicos incluem o seguinte: 
  • Empobrecimento da Energia Física: O stress prolongado pode ser fisicamente desgastante, fazendo com que se sinta cansado durante a maior parte do tempo, ou sema energia. Sair da cama para enfrentar mais um dia de trabalho torna-se mais difícil. 
  • Exaustão Emocional: Os sentimentos de impaciência, mau-humor, tristeza inexplicável ou ficar frustrado com mais facilidade do que normalmente faria. 
  • Diminuição da imunidade à doença: Quando os níveis de stress são elevados por um período prolongado de tempo, seu sistema imunológico sofre. Pessoas que sofrem de Burnout geralmente recebem “uma mensagem” do seu corpo de que algo precisa mudar, aumentando a suscetibilidade para constipações, gripes ou dores de cabeça. 
  • Menor investimento nas relações interpessoais: Retirar-se um pouco das relações interpessoais é outro possível sinal de Burnout. Sentir diminuição do interesse em se relacionar ou em se divertir ou menos paciência com as pessoas. Frequentemente as pessoas que experimentam esta Síndrome verem efeitos nos seus relacionamentos. 
  • Aumento de absenteísmo e ineficiência no trabalho: Quando ocorre o esgotamento fica mais difícil apenas sair da cama e enfrentar o trabalho. Esta pode ser uma defesa inconsciente contra a Burnout, pelo que os que a vivenciam tendem a ser menos eficazes e ficar em casa com maior frequência (Isso também pode ser devido ao aumento da doença resultante da baixa imunidade, como discutido acima)  

O que provoca o Burnout?

Burnout tem muitas causas mas enquadram-se maioritariamente em categorias relacionadas com a estrutura de trabalho, as características do estilo de vida e as características de personalidade individuais.

A Síndrome de Burnout é muito mais comum do que se imagina. Aparentemente menos grave, de menor duração, e supostamente causada pelo stress situacional, os efeitos podem ser preocupantes e até, por vezes, incapacitantes.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Neurose Obsessiva




 O termo NEUROSE OBSESSIVA indica uma condição na qual a mente da pessoa é invadida (contra a sua vontade) por imagens, ideias ou palavras. Esta patologia, conhecida como Perturbação Obsessivo-Compulsiva é um problema que afecta muitas pessoas e de formas diferentes. Por vezes não é perceptível ao olhar comum mas noutras situações há uma recusa em aceitar que existe um problema.


O que é a NEUROSE OBSESSIVA?

É uma das Perturbações de Ansiedade, uma condição que é potencialmente debilitante e pode durar toda vida de uma pessoa. A pessoa que sofre de NEUROSE OBSESSIVA fica presa num padrão de pensamentos e comportamentos repetitivos que são angustiantes mas muito difíceis de superar.

A NEUROSE OBSESSIVA ocorre desde uma faixa leve à grave. Enquanto mais leve poderá, num primeiro momento, poderá não interferir de forma profunda na vida da pessoa, no entanto, quando não é tratada agrava-se, podendo destruir as capacidades de trabalho, o funcionamento escolar e as relações sociais.

Sintomas e Sinais


Embora os sintomas associados à NEUROSE OBSESSIVA sejam descritos e muitas vezes associados com a adolescência ou início da idade adulta, é comum em clínica surgirem crianças com sinais obsessivos evidentes. Estudos indicam que pelo menos um terço dos casos de adultos com NEUROSE OBSESSIVA começou com sintomas na infância.

· Obsessões - Pensamentos intrusivos, desagradáveis ​​e que produzem um alto nível de ansiedade.

· Ideias ou impulsos não desejados que retornam repetidamente na mente;

· Temores e Medos persistentes de que algo vai acontecer a si próprio ou a outros importantes para a pessoa;

· Preocupação com contaminações (p.e. lavar as mãos repetidamente);

· Necessidade excessiva em fazer as coisas correctamente ou perfeitamente (fechar o carro ou a porta de casa várias vezes);

· Compulsões - Comportamentos repetitivos denominados de resposta às suas obsessões.

· Lavar e verificação constante;

· Contagem (muitas vezes durante a execução de outra acção compulsiva, como a lavagem das mãos);

· Arrumação interminável de objectos, por exemplo o alinhamento preciso dos objectos;

· Repetição de frases ou fazer listas;

Estes comportamentos surgem como forma de controlo da angústia sentida pela pessoa com NEUROSE OBSESSIVA. Para algumas pessoas estes rituais podem dar um alívio da ansiedade, mas apenas esta revela-se temporária. As pessoas com NEUROSE OBSESSIVA têm algum grau de percepção da falta de sentido das suas obsessões. Muitas vezes, especialmente quando eles estão tendo uma obsessão, pode reconhecer que as suas obsessões e compulsões são irrealistas. Outras vezes, pode não ter certeza sobre seus medos ou mesmo acreditam firmemente na sua validade.

Apesar da luta para banir os seus pensamentos indesejados e evitar os comportamentos compulsivos, e muitos podem manter os seus sintomas obsessivo-compulsivos sob controlo durante as horas de trabalho e escola, mas a resistência tende a enfraquecer ao longo dos meses ou anos e a NEUROSE OBSESSIVA torna-se tão grave que os rituais podem apropriar-se de vida dos pacientes, o que os impede de continuar as actividades fora de casa.

Aqueles que sofrem de Neurose Obsessiva geralmente tentam esconder a sua desordem ao invés de procurar ajuda. Muitas vezes bem sucedidos a esconder os seus sintomas, têm uma consequência infeliz do seu segredo pois só recebem ajuda profissional muito tempo após o início de sua doença. Neste ponto, podem ter aprendido a gerir a sua própria vida e a dos que os rodeiam – família e amigos - em torno dos seus rituais. Cria-se assim uma abrangência maior na patologia.

Tratamento


Como já foi referido a Neurose Obsessiva pode ser extremamente debilitante, tendo até sido já questionada e comparada com a psicose, pelo que deverá ter um tratamento adequado e continuado, uma vez que a origem da angústia nesta patologia é inconsciente, ou seja, não há um conhecimento real da causa.

Assim sendo, e tendo a Psicoterapia Psicanalítica como regra principal a associação livre dos pensamentos, este é o tratamento mais indicado para esta patologia, uma vez que valoriza a compreensão da própria pessoa e do contexto social e relacional em que esta se insere, não enfatizando o sintoma e permitindo como consequência a autonomia e a liberdade.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Como é que se desenrola uma psicoterapia?




Uma psicoterapia é um processo e, como tal, desenrola-se durante um período variável de tempo, dependendo de cada situação e do objectivo a que se propõe.

Uma Psicoterapia é um espaço de reflexão destinado ao paciente, onde este poderá desenvolver qualquer assunto, sem recriminações ou julgamentos.

Por si só consultar um psicoterapeuta não provoca alterações, pelo que requer uma continuidade e consistência para que este processo gere alterações significativas e não apenas superficiais ou aparentes. Por esta razão existe um compromisso conjunto. O Contrato Terapêutico.

O que é um Contrato Terapêutico?

O Contrato Terapêutico é um compromisso estabelecido entre o psicoterapeuta e o paciente com vista à mudança terapêutica. Neste contrato são estabelecidas as condições necessárias para que a Psicoterapia se processe da melhor forma, de modo a atingir os resultados esperados, quer seja remissão de sintomas ou um melhor auto-conhecimento.

Na Psicoterapia Psicanalítica, o Contrato Terapêutico prevê que:
  • As sessões ocorram pelo menos uma vez por semana (a frequência das sessões depende da problemática, da necessidade e é acordado entre Psicoterapeuta e Cliente); 
  • Cada sessão tenha a duração de 45-50 minutos; 
  • Todas as sessões começam e terminam à hora marcada; 
  • Ao contrário de outras especialidades de Saúde, as Sessões de Psicoterapia têm um tempo definido: ainda que o cliente se adiante ou atrase, o início e o término da sessão é sempre à mesma hora que foi acordada no início do processo terapêutico; 
  • Porque a mudança e a eficácia da Psicoterapia implica necessariamente um envolvimento, consistência e continuidade no processo, todas as sessões são pagas, ainda que o paciente não compareça as consultas. 
  • O final do Processo é acordado, ao longo do tempo, entre Psicoterapeuta e Cliente.

Ansiedade ou Sinal de Alerta?

Os ataques de ansiedade ocorrem de uma forma muito complicada. A maioria dos pacientes queixa-se de não poder respirar, estar prestes a d...