Psicóloga Clínica e da Saúde
Psicoterapeuta de Crianças, Adolescentes e Adultos
Psicoterapeuta de Casal e Família

Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Membro da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica
Membro da POIESIS - Associação Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família
Membro da AIPCF - Associação Internacional de Psicanálise de Casal e Família
Membro da EFPP - Federação Europeia para a Psicoterapia Psicanalítica


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Stress e saúde mental no trabalho




O Stress no trabalho pode ser definido como a resposta nociva, física e emocional, que ocorre quando as exigências do trabalho não vão ao encontro das capacidades, recursos ou necessidades do trabalhador. Estas dificuldades estão relacionadas com reações desajustadas às pressões sentidas como excessivas ou demasiado exigentes.

Algumas vezes, esta resposta é uma reação a um evento ou uma mudança de vida, no entanto, na maior parte dos casos o que acontece é que a situação presente apenas desencadeou algo que estava adormecido ou controlado, mas que já existia e que a pessoa de alguma maneira conseguiu, até ai, com sucesso, não deixar que afetasse o seu trabalho.

Para estas pessoas stress no trabalho pode agravar seu problema, pois se o stress no trabalho chega a um ponto onde se desencadeou um problema de saúde mental existente, torna-se difícil separar uma coisa da outra, influenciando ai todos os aspetos da vida da pessoa, quer a nível individual quer social. 

Problemas comuns de saúde mental e que se refletem no trabalho:

Ansiedade – sensação desagradável de preocupação, onde a pessoa se sente apreensivo ou angustiado com algo que pode ou não pode estar prestes a acontecer e que pode ser ou não consciente.

Depressão – quando a pessoa tem sentimentos de extrema tristeza, desespero ou de inadequação duradouros, ou alterações de humor.

Embora os problemas de saúde mental mais comuns possam parecer mais leves é sempre aconselhável recorrer à ajuda especializada de forma a capacitar a pessoa para continuar a trabalhar de forma produtiva, não agravando a situação e fomentando o desenvolvimento de respostas adequadas às situações de Stress.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Burnout! Queimar! Queimado! A Síndrome de Burnout




O termo "Burnout" é um termo relativamente novo, cunhado em 1974 por Herbert Freudenberger. Originalmente definido "Burnout", como "a extinção de motivação ou incentivo”, há algumas características semelhantes ou encontra-se muitas vezes associado a condições de Depressão, Ansiedade ou Perturbações do Humor. 


Os sintomas clássicos incluem o seguinte: 
  • Empobrecimento da Energia Física: O stress prolongado pode ser fisicamente desgastante, fazendo com que se sinta cansado durante a maior parte do tempo, ou sema energia. Sair da cama para enfrentar mais um dia de trabalho torna-se mais difícil. 
  • Exaustão Emocional: Os sentimentos de impaciência, mau-humor, tristeza inexplicável ou ficar frustrado com mais facilidade do que normalmente faria. 
  • Diminuição da imunidade à doença: Quando os níveis de stress são elevados por um período prolongado de tempo, seu sistema imunológico sofre. Pessoas que sofrem de Burnout geralmente recebem “uma mensagem” do seu corpo de que algo precisa mudar, aumentando a suscetibilidade para constipações, gripes ou dores de cabeça. 
  • Menor investimento nas relações interpessoais: Retirar-se um pouco das relações interpessoais é outro possível sinal de Burnout. Sentir diminuição do interesse em se relacionar ou em se divertir ou menos paciência com as pessoas. Frequentemente as pessoas que experimentam esta Síndrome verem efeitos nos seus relacionamentos. 
  • Aumento de absenteísmo e ineficiência no trabalho: Quando ocorre o esgotamento fica mais difícil apenas sair da cama e enfrentar o trabalho. Esta pode ser uma defesa inconsciente contra a Burnout, pelo que os que a vivenciam tendem a ser menos eficazes e ficar em casa com maior frequência (Isso também pode ser devido ao aumento da doença resultante da baixa imunidade, como discutido acima)  

O que provoca o Burnout?

Burnout tem muitas causas mas enquadram-se maioritariamente em categorias relacionadas com a estrutura de trabalho, as características do estilo de vida e as características de personalidade individuais.

A Síndrome de Burnout é muito mais comum do que se imagina. Aparentemente menos grave, de menor duração, e supostamente causada pelo stress situacional, os efeitos podem ser preocupantes e até, por vezes, incapacitantes.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Neurose Obsessiva




 O termo NEUROSE OBSESSIVA indica uma condição na qual a mente da pessoa é invadida (contra a sua vontade) por imagens, ideias ou palavras. Esta patologia, conhecida como Perturbação Obsessivo-Compulsiva é um problema que afecta muitas pessoas e de formas diferentes. Por vezes não é perceptível ao olhar comum mas noutras situações há uma recusa em aceitar que existe um problema.


O que é a NEUROSE OBSESSIVA?

É uma das Perturbações de Ansiedade, uma condição que é potencialmente debilitante e pode durar toda vida de uma pessoa. A pessoa que sofre de NEUROSE OBSESSIVA fica presa num padrão de pensamentos e comportamentos repetitivos que são angustiantes mas muito difíceis de superar.

A NEUROSE OBSESSIVA ocorre desde uma faixa leve à grave. Enquanto mais leve poderá, num primeiro momento, poderá não interferir de forma profunda na vida da pessoa, no entanto, quando não é tratada agrava-se, podendo destruir as capacidades de trabalho, o funcionamento escolar e as relações sociais.

Sintomas e Sinais


Embora os sintomas associados à NEUROSE OBSESSIVA sejam descritos e muitas vezes associados com a adolescência ou início da idade adulta, é comum em clínica surgirem crianças com sinais obsessivos evidentes. Estudos indicam que pelo menos um terço dos casos de adultos com NEUROSE OBSESSIVA começou com sintomas na infância.

· Obsessões - Pensamentos intrusivos, desagradáveis ​​e que produzem um alto nível de ansiedade.

· Ideias ou impulsos não desejados que retornam repetidamente na mente;

· Temores e Medos persistentes de que algo vai acontecer a si próprio ou a outros importantes para a pessoa;

· Preocupação com contaminações (p.e. lavar as mãos repetidamente);

· Necessidade excessiva em fazer as coisas correctamente ou perfeitamente (fechar o carro ou a porta de casa várias vezes);

· Compulsões - Comportamentos repetitivos denominados de resposta às suas obsessões.

· Lavar e verificação constante;

· Contagem (muitas vezes durante a execução de outra acção compulsiva, como a lavagem das mãos);

· Arrumação interminável de objectos, por exemplo o alinhamento preciso dos objectos;

· Repetição de frases ou fazer listas;

Estes comportamentos surgem como forma de controlo da angústia sentida pela pessoa com NEUROSE OBSESSIVA. Para algumas pessoas estes rituais podem dar um alívio da ansiedade, mas apenas esta revela-se temporária. As pessoas com NEUROSE OBSESSIVA têm algum grau de percepção da falta de sentido das suas obsessões. Muitas vezes, especialmente quando eles estão tendo uma obsessão, pode reconhecer que as suas obsessões e compulsões são irrealistas. Outras vezes, pode não ter certeza sobre seus medos ou mesmo acreditam firmemente na sua validade.

Apesar da luta para banir os seus pensamentos indesejados e evitar os comportamentos compulsivos, e muitos podem manter os seus sintomas obsessivo-compulsivos sob controlo durante as horas de trabalho e escola, mas a resistência tende a enfraquecer ao longo dos meses ou anos e a NEUROSE OBSESSIVA torna-se tão grave que os rituais podem apropriar-se de vida dos pacientes, o que os impede de continuar as actividades fora de casa.

Aqueles que sofrem de Neurose Obsessiva geralmente tentam esconder a sua desordem ao invés de procurar ajuda. Muitas vezes bem sucedidos a esconder os seus sintomas, têm uma consequência infeliz do seu segredo pois só recebem ajuda profissional muito tempo após o início de sua doença. Neste ponto, podem ter aprendido a gerir a sua própria vida e a dos que os rodeiam – família e amigos - em torno dos seus rituais. Cria-se assim uma abrangência maior na patologia.

Tratamento


Como já foi referido a Neurose Obsessiva pode ser extremamente debilitante, tendo até sido já questionada e comparada com a psicose, pelo que deverá ter um tratamento adequado e continuado, uma vez que a origem da angústia nesta patologia é inconsciente, ou seja, não há um conhecimento real da causa.

Assim sendo, e tendo a Psicoterapia Psicanalítica como regra principal a associação livre dos pensamentos, este é o tratamento mais indicado para esta patologia, uma vez que valoriza a compreensão da própria pessoa e do contexto social e relacional em que esta se insere, não enfatizando o sintoma e permitindo como consequência a autonomia e a liberdade.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Como é que se desenrola uma psicoterapia?




Uma psicoterapia é um processo e, como tal, desenrola-se durante um período variável de tempo, dependendo de cada situação e do objectivo a que se propõe.

Uma Psicoterapia é um espaço de reflexão destinado ao paciente, onde este poderá desenvolver qualquer assunto, sem recriminações ou julgamentos.

Por si só consultar um psicoterapeuta não provoca alterações, pelo que requer uma continuidade e consistência para que este processo gere alterações significativas e não apenas superficiais ou aparentes. Por esta razão existe um compromisso conjunto. O Contrato Terapêutico.

O que é um Contrato Terapêutico?

O Contrato Terapêutico é um compromisso estabelecido entre o psicoterapeuta e o paciente com vista à mudança terapêutica. Neste contrato são estabelecidas as condições necessárias para que a Psicoterapia se processe da melhor forma, de modo a atingir os resultados esperados, quer seja remissão de sintomas ou um melhor auto-conhecimento.

Na Psicoterapia Psicanalítica, o Contrato Terapêutico prevê que:
  • As sessões ocorram pelo menos uma vez por semana (a frequência das sessões depende da problemática, da necessidade e é acordado entre Psicoterapeuta e Cliente); 
  • Cada sessão tenha a duração de 45-50 minutos; 
  • Todas as sessões começam e terminam à hora marcada; 
  • Ao contrário de outras especialidades de Saúde, as Sessões de Psicoterapia têm um tempo definido: ainda que o cliente se adiante ou atrase, o início e o término da sessão é sempre à mesma hora que foi acordada no início do processo terapêutico; 
  • Porque a mudança e a eficácia da Psicoterapia implica necessariamente um envolvimento, consistência e continuidade no processo, todas as sessões são pagas, ainda que o paciente não compareça as consultas. 
  • O final do Processo é acordado, ao longo do tempo, entre Psicoterapeuta e Cliente.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Psicoterapia Psicanalítica para as perturbações ansiosas



A Psicoterapia Psicanalítica é um exemplo de uma terapia global (Comer, 1995), que tem o objetivo de ajudar a trazer grandes mudanças em toda a perspectiva sobre a vida. Esta baseia-se no pressuposto de que as dificuldades actuais estão ligada a fatores de personalidade profundas. Este tipo de Psicoterapia não está focalizada somente sintoma, em contraste com outras que se concentram principalmente na redução de sintomas, mas na origem do mesmo, levando a uma alteração profunda.

Os transtornos de ansiedade como fobias, ataques de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de stress pós-traumático, por exemplo, são áreas óbvias onde a Psicoterapia Psicanalítica tem consistência e obtém resultados. O objetivo é ajudar a pessoa a chegar a um acordo com os seus próprios impulsos ou a compreender a origem de sua ansiedade atual nos relacionamentos, nomeadamente através da análise de situações passadas que se repetem, sendo revividas na idade actualmente. Svartberg e Stiles (1991) e Prochaska e DiClemente (1984) apontam que a evidência para sua eficácia é inequívoca.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Perturbação de Ansiedade Social




A Ansiedade ou Fobia Social é uma perturbação de Ansiedade que se manifesta num medo excessivo e irracional de situações sociais. Ansiedade (nervosismo intenso) surge do medo de ser observado de perto, julgado e/ou criticado pelos outros.

Uma pessoa com Ansiedade Social tem medo de cometer erros e ser constrangido ou humilhado na frente dos outros. O medo pode ser agravado pela falta de habilidades ou de experiências em situações sociais, o que leva a que estas pessoas muitas vezes sofram de ansiedade "antecipatória" - medo de uma situação antes mesmo desta acontecer, às vezes, por dias ou semanas antes do evento. Em muitos casos, a pessoa está ciente de que o medo é irracional, mas é incapaz de superá-lo, provocando, num limite, ataques de pânico.

Como resultado deste medo, é comum, a pessoa sofrer em excesso ante determinadas situações sociais ou pode evitá-las completamente.

Sem tratamento, a Perturbação de Ansiedade Social pode interferir bastante na rotina normal do quotidiano da pessoa, incluindo trabalho, escola, actividades sociais e relacionamentos .

Pessoas com este transtorno podem ter medo de uma situação específica, como falar em público, no entanto, a maioria das pessoas temem mais de uma situação social.

Situações que normalmente provocam ansiedade incluem:

· Comer ou beber na frente dos outros.

· Escrever ou trabalhando na frente dos outros.

· Sendo o centro das atenções.

· Interagir com as pessoas, incluindo namoro ou ir a festas.

· Fazendo perguntas ou dando relatórios em grupos.

· Usando banheiros públicos.

· Falar ao telefone.

A Perturbação de Ansiedade Social pode estar ligada a outras perturbações mentais, tais como Perturbações de Pânico, Perturbação Obsessivo – Compulsivo e Depressão . Na verdade, muitas pessoas com transtorno de ansiedade social inicialmente consultam Técnicos com queixas relacionadas a esses transtornos e não por causa de sintomas de ansiedade .

Quais são os sintomas de Transtorno de Ansiedade Social?

Muitas pessoas com transtorno de ansiedade social sentir que há "algo errado", mas não reconhecem o seu sofrimento como um sinal de doença. Os sintomas de transtorno de ansiedade social podem incluir:

· Intensa ansiedade em situações sociais.

· Evitar situações sociais.

· Os sintomas físicos de ansiedade, incluindo confusão, palpitação, sudorese, tremores, rubor, tensão muscular, dores de estômago e diarreia.

· As crianças com este transtorno podem expressar a sua ansiedade por choro, dificuldade em se separar de um dos pais, ou através de uma birra.

Tratar de forma efectiva:

Actualmente, a melhor forma estabelecida para a resolução desta patologia é a psicoterapia. Embora outras formas de tratamento (por exemplo, terapia farmacológica) possa ser útil, na psicoterapia há uma mudança profunda e mais estável tendo por base a origem e a manifestação dos sintomas, relacionando-os com a compreensão da história e experiência de vida daquela pessoa.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Comportamentos de risco na Adolescência




Assumir alguns riscos, experimentar e quebrar algumas regras é comum na adolescência. No entanto, os comportamentos de risco podem estar associados com situações de elevada gravidade, a médio ou longo prazo e, em alguns casos, com consequências fatais.

O que são comportamentos de risco?

São considerados de risco os comportamentos que podem ter efeitos adversos sobre o desenvolvimento físico e psíquico. Inclui-se nesses comportamentos os que causam dano físico imediato, como por exemplo, brigas com amigos, autoagressões ou tentativas de suicídio, ou comportamentos cujo efeito não é tão manifesto mas cujos efeitos poderão ser cumulativos, como o consumo de substâncias, ou comportamentos sexuais de risco. Estes comportamentos afetam o seu desenvolvimento saudável do jovem e impedem a participação em "típicas" experiências para sua faixa etária.
Consequências dos comportamentos de risco

As consequências destas dificuldades podem ser variadas pois normalmente comportamentos de risco geram outros comportamentos de risco. Estes comportamentos dos adolescentes geralmente ocorrem em simultâneo com outros igualmente perigosos e que irão influenciar a vida futura.
  • Delinquência 
  • Violências nas relações amorosas ou sociais 
  • Toxicodependência e consumos de outras substâncias como álcool ou substâncias 
  • Gravidez na Adolescência 
  • Doenças Sexualmente Transmissíveis 
  • Perturbações Alimentares (anorexia ou anorexia) 
  • Etc.

Alguns Sinais de Alerta
  • Alterações de Comportamento (isolamento, afastamento social ou agitação psicomotora) 
  • Perturbações no Sono 
  • Alterações Alimentares (falta ou excesso de apetite) 
  • Dificuldades escolares (faltas às aulas, alterações nas notas, resistência em ir à escola) 
  • Mudanças físicas (alterações no peso) 
  • Mudanças nas relações sociais 
Intervenção

É comum perante estas alterações, os pais acharem que é uma fase ou justificaram que também já foram assim. A verdade é que apesar de ser verdade que a adolescência é uma fase, esta não tem de ter consequências negativas ou ser passada em sofrimento, bem como o facto de os pais terem sido assim não deverá ser justificação mas pode explicar alguns comportamentos.

O que se passa é que muitas vezes, nestas situações de risco em demasia, sem um pensar nas consequências, e onde os limites são sistematicamente ultrapassados, existe uma história familiar onde existe uma dificuldade nos limites (podendo ser em excesso ou por falta dos mesmos). O jovem é aquilo a que se chama o “sintoma” da família. Retrata dificuldades da dinâmica familiar.

A intervenção neste tipo de situações é urgente e necessariamente familiar (ainda que possa ser simultaneamente individual). Não se trata de culpabilizar pais ou outros familiares mas sim de se analisar as dinâmicas familiares para se perceber o que existe e provoca a perturbação do seu bem-estar.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Situação Económica e Mal-Estar Psicológico


A crise económica e financeira mundial levou a uma deterioração da situação de vida de uma grande parte da população. Mais do que a efectiva diminuição da qualidade vida económica, observa-se hoje uma diminuição da estabilidade emocional e afectiva das pessoas mas que se revela mais notória nos comportamentos.

Apesar de certo que os fatores de instabilidade externa e da realidade social, como o aumento do desemprego, provocarem uma ansiedade generalizada e sentimentos de desmotivação e impotência face à situação, o que também é certo é que em grande parte dos casos são os recursos e dificuldades internos de cada indivíduo que não permitem encontrar alternativas.

Por exemplo quando alguém se sente desmotivado e com baixa auto estima, no entanto, consegue compensar-se através de um novo Telemóvel ou LCD, pelo menos durante algum tempo sente-se reconfortado (uma das provas desta situação é que, apesar da tal crise económica, as empresas de tecnologias continuam a lançar novos “brinquedos” e não parecem correr riscos de falência). Mas atualmente com a situação económica e social que se atravessa este tipo de compensação torna-se cada vez mais difícil e leva a que haja uma maior manifestação das dificuldades de cada pessoa.

A desilusão face a uma realidade social não reconfortante e pouco ou nada recompensadora reforça uma apatia depressiva que inibe e desmotiva a pessoa a tomar um rumo satisfatório da sua vida, ficando muitas vezes dependente de outros, o que reforça o seu mau estar, desmotivação e de passividade face à situação.

É pois nestas alturas que surgem mais sintomas de patologia mental ou de mau estar psicológico. Não que estes já não existissem anteriormente. O que parece acontecer nestas fases é que já não são viáveis certas compensações, nomeadamente a aquisição de bens materiais, assim como são mais presentes os “fantasmas” da perda de controlo e da incapacidade e impotência face à própria vida.

“Aparecem” então as Depressões, a baixa Autoestima, situações de Ansiedade Generalizada. Apesar de muitas vezes poder ser difícil ou haver resistência para recorrer a técnicos especializados, o que é verdade é que dificilmente sozinho se consegue arranjar recursos para resolver estas situações. Na maior parte das vezes há uma cíclica repetição do modo de funcionar e que leva a uma repetição dos sintomas de instabilidade e mau estar psicológico, oscilando a vida da pessoa entre fases de bem-estar e fases de mal-estar numa vida que não se equilibra.

Ansiedade ou Sinal de Alerta?

Os ataques de ansiedade ocorrem de uma forma muito complicada. A maioria dos pacientes queixa-se de não poder respirar, estar prestes a d...