Psicóloga Clínica e da Saúde
Psicoterapeuta de Crianças, Adolescentes e Adultos
Psicoterapeuta de Casal e Família

Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Membro da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica
Membro da POIESIS - Associação Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família
Membro da AIPCF - Associação Internacional de Psicanálise de Casal e Família
Membro da EFPP - Federação Europeia para a Psicoterapia Psicanalítica


terça-feira, 11 de julho de 2017

É a psicanálise apenas uma terapia?



Embora a psicanálise tenha começado como uma ferramenta para melhorar o sofrimento emocional, não é apenas uma Psicoterapia. É, acima de tudo, um método para aprender sobre a mente, e também uma teoria, um modo de compreender os processos de funcionamento mental e os estágios de desenvolvimento normal desde a infância até a velhice.

Além disso, uma vez que a psicanálise procura explicar como funciona a mente humana, contribui para uma visão sobre tudo o que a mente humana produz. Ao fazer isso, teve uma profunda influência sobre muitos aspectos da cultura dos séculos XX e XXI.

Como uma teoria geral do comportamento humano individual e de experiências, ideias psicanalíticas enriquecem e são enriquecidas pelo estudo das ciências biológicas e sociais, o comportamento do grupo, história, filosofia, arte e literatura.

Como uma teoria do desenvolvimento, a psicanálise contribui para a psicologia infantil, educação, direito e estudos da família. Através de sua análise da complexa relação entre corpo e mente, a psicanálise também possibilita a compreensão do papel das emoções na saúde, bem como na doença médica.

Por isso, o conhecimento psicanalítico é a base de todas as outras abordagens dinâmicas para de Psicoterapia. Quaisquer que seja a sua aplicação, a psicanálise permite formar as bases de grande parte da psicoterapia empregada na maioria das outras terapias individuais, familiares e de grupo.

American Psychoanalytic Association 

sexta-feira, 30 de junho de 2017

O que é um Psicoterapeuta?

Um psicoterapeuta é um técnico de saúde, normalmente, licenciado em Psicologia Clínica ou Psiquiatria, que realiza uma formação especializada em Psicoterapia. Esta formação especializada é, necessariamente, efectuada numa sociedade científica, acreditada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (como a Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica ou a POIESIS-Associação Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família) e é a única que aufere o título de Psicoterapeuta. 

As Sociedades ou Associações científicas regem-se por normas de organismos nacionais (Ordem dos Psicólogos Portugueses) e internacionais (como a AIPCF - Associação Internacional de Psicanálise de Casal e Família ou a EFPP - European Federation for Psychoanalytic Psychotherapy), que definem o requisitos necessários e controlam e promovem a qualidade técnica dos seus membros, através de formação contínua, supervisão das práticas clínicas e outras acções de desenvolvimento de competências profissionais.

Estes organismos formam também grupos científicos de investigação, desenvolvendo estudos actualizados com vista a um trabalho sério e eficaz.

     


       

terça-feira, 11 de abril de 2017

Auto-estima e Qualidade de vida


O que é Auto-estima?

Auto-estima é a avaliação que uma pessoa faz dela própria e surge da diferença entre o que a pessoa é e o que ela quer ou gostaria de ser.

Considerado um importante componente da saúde emocional, a auto-estima engloba tanto a auto-confiança como a auto-aceitação.

Poderemos também descrevê-la em termos de duas componentes fundamentais: a sensação de ser amado e aceite pelos outros e a consciência de competência e domínio na execução de tarefas e resolução de problemas de forma autónoma.

O resultado desta avaliação e as dificuldades a este nível provocam as consequências mais diversas ao nível do funcionamento de cada pessoa e na sua qualidade de vida. Muitas das patologias que hoje se evidenciam na nossa sociedade, como a Depressão, Perturbações de Ansiedade e de Humor, têm por base dificuldades ao nível da Auto-estima.


O que sente a pessoa com baixa Auto-estima?

A sua estrutura emocional é pouco sólida pelo que origina o pessimismo e a negatividade.

A inadequação para enfrentar os desafios da vida, por não acreditar nos seus potenciais e na eficácia das suas respostas às dificuldades da vida, leva a que não cumpra determinados objectivos a que se propõe; por exemplo, se é chamado para uma entrevista de emprego e sente que há candidatos melhores pode nem sequer se apresentar nessa entrevista;

Desvaloriza o que sente e as escolhas que faz no dia-a-dia e não se sente merecedor de amor e respeito por parte dos outros, não aceitando bem os elogios e não se sentindo merecedora de presentes. É comum afirmarem que gostam mais de dar do que receber.

Valoriza mais as suas fragilidades do que as suas qualidades, tendo também grande medo de expor as suas ideias com receio do ridículo e da desaprovação. No fundo a grande crítica que faz sobre si própria leva a que avalie os outros também como muito críticos.

A exigência consigo própria pode-se até tornar excessiva, devido à grande desvalorização sentida, o que numa tentativa de se sentir mais seguro cria objectivos por vezes exagerados e próximos do “perfeito”, que na maioria das vezes não são alcançáveis, o tende a reforçar os sentimentos de desvalorização; por exemplo criar a ideia de que somente será bom aluno caso tenha 20 num exame e fica muito desiludido e desvalorizado por ter tido 19. 

Como trabalhar a Auto-estima?
Construída desde a infância, a Auto-estima depende do modo como o próprio se vê e do modo como foi visto pelos outros significativos, especialmente os pais, e nomeadamente do investimento que estes fizeram na criança, condição que irá afectar significativamente a sua vida adulta.

Alguém com dificuldades a este nível desenvolveu distorções ao nível auto-imagem, no entanto, quando há um desenvolvimento do auto-conhecimento e uma modificação do auto-conceito através de uma relação terapêutica, a pessoa torna-se capaz de executar as tarefas do dia-a-dia de forma mais eficiente, desenvolve capacidade de criação e acima de tudo desenvolve uma maior satisfação pessoal e estabilidade emocional.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Timidez e Inibição são dificuldades...






Todos nós vivemos num mundo relacional. Nenhum indivíduo se pode desenvolver completamente por si só, isolado de tudo. As relações são a ponte relacional que nos liga ao outro e que nos permite, simultaneamente a possibilidade de ser e sentir.

Se nos primeiros anos de vida as relações privilegiadas são com os pais ou cuidadores, com o crescimento existe a necessidade de outras interações de forma a promover a autonomia e o saudável desenvolvimento.

As crianças que se relacionam pouco com seus pares, que tendem a evitar contato social e apresentam, além disso, ansiedade e medo diante dos demais, são rotuladas como tímidas e retraídas.

A timidez na infância é um fenómeno ao qual se presta por vezes pouca atenção. Normalmente são crianças que “não dão muito trabalho”, pois não choram muito, não se “portam mal” e por isso, geralmente, não procuram ajuda terapêutica. Quando o fazem, costuma ser quando crianças apresentam problemas do tipo externos, como dificuldades escolares ou obsessões por exemplo. Muitos pais acreditam firmemente que é uma fase ou que os filhos são assim porque eles também o foram e que é um problema que melhorará com a idade, enquanto na escola é comum a sua inibição ser reforçada e valorizada através da valorização do seu “bom comportamento” e atenção.

Constata-se que, em geral, é solicitada menos procura de ajuda para crianças tímidas do que com as que apresentam comportamentos abertos e disruptivos, mesmo tendo-se demonstrado, repetidamente, que a timidez é um importante preditor de problemas futuros e que sua incidência é tão elevada quanto a de comportamentos mais manifestos.

Assim sendo, parece muito relevante que os profissionais que trabalham com crianças e famílias devam ser alertados para o fato de a timidez e o retraimento social serem comportamentos de risco na infância, conforme indicam descobertas de investigações realizadas nas últimas décadas sobre as dificuldades de adaptação na adolescência e vida adulta.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Quem deve tratar a depressão?


A alta incidência de Depressão Clínica tem levado ao encorajamento dos tratamentos farmacológicos porque, aparentemente, devolvem mais rapidamente a sensação de melhoria e/ou remissão da sintomatologia, reduzindo a Depressão a problema neurológico e, consequentemente relacionado com a saúde física.


A verdade é que, do ponto de vista psicológico, parece ser mais fácil assumir a dor física do que a psíquica, e do ponto de vista social também parece ser menos estigmatizante.


No que se refere ao tratamento da Depressão poderá ser necessário recorrer à psicofarmacologia, nomeadamente em casos de Depressão mais profunda, como nos casos das Depressões Psicóticas. No entanto, se não existir um Processo Psicoterapêutico organizado e contínuo, os sintomas voltam a aparecer pouco tempo depois do desmame da medicação.


Actualmente existem campanhas publicitárias que remetem para a Dor na Depressão. Realmente a Depressão dói. Dói muitas vezes no corpo porque a dor da alma não é compreendida. Ao utilizar estratégias medicamentosas trata-se da dor do corpo e mantém-se adormecida a dor da alma.


Enquanto a farmacologia permite a atenuação da sintomatologia de forma superficial, um Processo Terapêutico, através da compreensão da pessoa, do seu sentir e pensar, leva a uma mudança profunda e promove a autonomia face ao sintoma.





quinta-feira, 9 de março de 2017

O Luto


O Luto surge como um processo normal e é fundamentalmente uma resposta emocional à perda, uma expressão de que pode incluir tristeza, fadiga, depressão, alívio, choque, raiva, culpa e ansiedade.

"Perda" é a palavra-chave, porque dor não se aplica somente ao modo como se sente após a morte de um ente querido, mas também à maneira como você se sente sempre que sofrer a perda de algo valioso para você. Por exemplo, a dor muitas vezes segue-se a uma separação, divórcio ou término de um relacionamento, perda por roubo, perda do emprego, a não concretização de um sonho ao longo da vida, a perda da juventude, perda de controlo, a perda do papel de pai quando os filhos saem de casa, ou a perda de saúde. Ao olhar e compreender a dor da perda num sentido mais amplo, pode-se sofrer por algo quase toda a sua vida. Apesar disso, a dor da perda é diferente para todos.

Porquê?

A importância da perda depende da importância da relação que tenha sido cortada.

Os recursos individuais e sociais de apoio para lidar com a perda variam. Ou seja, algumas pessoas são capazes de realizar sozinhas a elaboração do luto enquanto outras necessitam de apoio de outros.

Características do Luto Patológico

Comportamentos de dor que frequentemente têm um perfil semelhante aos encontrados em pessoas que sofrem de Depressão, partilhando uma série de aspetos semelhantes, incluindo distúrbios do sono e do apetite, tristeza intensa, esses comportamentos são apenas evidentes para um curto período de tempo numa reação de luto.

Intensos sentimentos de solidão e isolamento após a perda podem tornar-se tão esmagadores que a pessoa pode retirar-se do convívio social, isolando-se até desse suporte.

A raiva é uma emoção frequente na sequência de uma perda e é muitas vezes confusa para quem a sente e para os que o rodeiam. A raiva pode ser dirigida ao falecido para deixar o luto ou pode resultar de um sentimento de frustração e de culpa pela morte, onde a raiva é virada contra si próprio.

O luto é uma montanha russa emocional e um fator de stress emocional elevado pelo que não só provoca distúrbios emocionais, mas também sintomas físicos, tais como: peito apertado, sensibilidade excessiva ao ruído, falta de ar, fraqueza muscular e falta de energia. Ocasionalmente a saúde física pode ser seriamente prejudicada, e é crescente a evidência clínica de que as pessoas recentemente enlutadas são relativamente vulneráveis ​​à doença física.

Psicoterapia como ajuda para elaborar o Processo de Luto

O objetivo da terapia do Luto é identificar e facilitar a resolução de dificuldades que impedem o indivíduo de completar as tarefas de Luto. Por exemplo, identificar outros lutos anteriores que não foram resolvidos e trabalhá-los com a pessoa, ajudando a compreender as dificuldades passadas, de modo a poder resolver os problemas atuais.

Ansiedade ou Sinal de Alerta?

Os ataques de ansiedade ocorrem de uma forma muito complicada. A maioria dos pacientes queixa-se de não poder respirar, estar prestes a d...