A alta incidência de Depressão Clínica tem levado ao encorajamento dos tratamentos farmacológicos porque, aparentemente, devolvem mais rapidamente a sensação de melhoria e/ou remissão da sintomatologia, reduzindo a Depressão a problema neurológico e, consequentemente relacionado com a saúde física.
A verdade é que, do ponto de vista psicológico, parece ser mais fácil assumir a dor física do que a psíquica, e do ponto de vista social também parece ser menos estigmatizante.
No que se refere ao tratamento da Depressão poderá ser necessário recorrer à psicofarmacologia, nomeadamente em casos de Depressão mais profunda, como nos casos das Depressões Psicóticas. No entanto, se não existir um Processo Psicoterapêutico organizado e contínuo, os sintomas voltam a aparecer pouco tempo depois do desmame da medicação.
Actualmente existem campanhas publicitárias que remetem para a Dor na Depressão. Realmente a Depressão dói. Dói muitas vezes no corpo porque a dor da alma não é compreendida. Ao utilizar estratégias medicamentosas trata-se da dor do corpo e mantém-se adormecida a dor da alma.
Enquanto a farmacologia permite a atenuação da sintomatologia de forma superficial, um Processo Terapêutico, através da compreensão da pessoa, do seu sentir e pensar, leva a uma mudança profunda e promove a autonomia face ao sintoma.