Os estudos revelam que existe uma estreita relação entre sintomas depressivos e rendimento escolar, pois tanto os sintomas da depressão podem contribuir para prejudicar a aprendizagem do aluno, quanto o baixo rendimento escolar pode também conduzir ao surgimento de sintomas depressivos.
Apesar destes factos, a depressão infantil tem pouca atenção por parte dos técnicos, que atribuem muitas vezes diagnósticos pouco esclarecedores e estigmatizantes, que na maior parte dos casos nada resolvem e provocam um arrastamento da situação.
É comum nestas situações, muitas vezes, o recurso a fármacos que, a médio e longo prazo e ao invés de melhorarem a condição da criança, remetem para um incremento das dificuldades, tornando-as permanentes e com consequências graves no seu desenvolvimento biopsicossocial.
Devido à falta de informação sobre esta situação, é comum estas dificuldades se agravarem, tendo posteriormente efeitos muito mais graves na adolescência. É o caso do consumo de substâncias, autoagressividade, delinquências, etc.
Nesta altura as manifestações são mais evidentes e é aí que se procuram intervenções especializadas.
Assim sendo, é necessária uma abordagem e intervenção mais precoce das dificuldades de aprendizagem, no que concerne à sua relação com a depressão. Esta intervenção, para além de um acompanhamento educativo mais presente, passa necessariamente por um processo Psicoterapêutico, onde seja trabalhada a parte emocional e relacional da criança e da família.