Psicóloga Clínica e da Saúde
Psicoterapeuta de Crianças, Adolescentes e Adultos
Psicoterapeuta de Casal e Família

Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Membro da Sociedade Portuguesa de Psicologia Clínica
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Membro da AIPCF - Associação Internacional de Psicanálise de Casal e Família
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terça-feira, 24 de março de 2020

Vivências em tempos de crise


Nos tempos que correm, muitas são as angústias que vêm ao de cima. A incerteza de algo quase desconhecido e perigoso produz uma insegurança que há muito o ser humano não estava habituado.

O panorama atual obriga-nos ao confinamento, que por sua vez nos obriga a uma rotina diferente e com consequências que podem bastante aflitivas.


Quer seja pela obrigação, de estar em casa sozinho, quer pela convivência com uma família omnipresente, é natural surgirem angústias e fragilidades adormecidas que noutro contexto não surgiriam com a mesma intensidade ou estariam disfarçadas pela possibilidade de “fuga”.


Um artigo do jornal da Universidade de São Paulo cita Christian Dunker, psicanalista brasileiro, que nos fala que vários pacientes com algum tipo de depressão lhe disseram que agora as coisas estavam melhores, pois antes da quarentena era muito difícil sair da cama ou de casa e agora não precisavam mais se preocupar com isso, podiam passar o dia de pijama, demorar mais para sair da cama, etc. Por isso, alerta que, no caso dessas pessoas, o que agora está sendo sentido como um relativo alívio, pode se tornar potencialmente mais grave com o passar do tempo.

Ao mesmo tempo, pode acontece haver estados de ansiedade, perturbações do sono, zanga, ou cansaço entre outros que se manifestam. E apesar de em determinadas crises de vida serem reactivadas sensações, emoções e sentimentos já experienciados anteriormente, no contexto atual, e devido à grande incerteza e ao perigo simbolizado por uma situação de pandemia, a intensidade com que emergem estes aspectos é consideravelmente maior.


Torna-se por isso importante identificar este tipo de sintomatologia, o seu significado e procurar ajuda quando necessário, pois sendo algo que nos atinge a todos, é natural que apareçam conflitos, quer internos, na relação consigo próprio, quer externos, nas relações com outros, o que dificulta ainda mais a tolerância a esta experiência.





No momento que atravessamos, em que os afetos têm de ser à distância, revela-se por isso a importância das relações humanas como defesa contra este inimigo comum e como forma de equilíbrio da saúde.

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Os ataques de ansiedade ocorrem de uma forma muito complicada. A maioria dos pacientes queixa-se de não poder respirar, estar prestes a d...